Mares Guia defende diretores da Anac indicados pelo governo
O ministro Walfrido dos Mares Guia (Relações Institucionais) rebateu nesta segunda-feira as críticas recebidas pelo governo federal nas nomeações de políticos para cargos de função técnica. Ao comentar a escolha dos diretores da Anac (Agência Nacional
Publicado 06/08/2007 16:56
O ministro disse que o presidente da Anac, Milton Zuanazzi, é um “engenheiro experimentado” que conhece hoje aviação civil para debater o assunto “com qualquer pessoa nesse país”. “Zuanazzi tem preparo, qualificação e competência. Ele entrou há um ano e quatro meses na Anac, no momento da quebra da Varig e do desastre com Legacy. Depois, houve a questão dos controladores, a superpopulação nos aeroportos, finalizando com essa tragédia que deixou todos nós consternados”, disse.
Já o diretor Josef Barat, segundo o ministro, é “PhD em aviação”, enquanto o diretor Jorge Veloso foi coordenador do DAC (Departamento de Aviação Civil), com ampla experiência no setor aéreo.
“O diretor Leur Lomanto, por sua vez, é um ex-deputado federal de seis mandatos que foi o relator do projeto no Congresso Nacional e tem condição de dar uma contribuição”, defendeu Walfrido. Em relação à diretora Denise Abreu, acusada de beneficiar amigos que administram o setor de cargas do aeroporto de Ribeirão Preto (SP), Walfrido disse que ela é “uma advogada que teve experiência na área também”.
Apesar de defender os diretores da Anac, o ministro disse que o governo não está “morrendo de satisfação” com a administração da crise aérea. “Muitas medidas que estão sendo tomadas teoricamente poderiam ter sido implementadas antecipadamente. O fato é que nós estamos cobrando.” Segundo Walfrido, o ministro Nelson Jobim (Defesa) tem total apoio do governo federal para buscar rápidas soluções para o setor aéreo brasileiro.
Mudanças nas agências
Walfrido disse ser favorável a mudanças nas regras das agências reguladoras. O ministro afirmou que apóia as discussões sobre o projeto de lei que unifica as regras de mandato das agências reguladoras, em tramitação no Congresso Nacional.”Temos que discutir isso no Congresso Nacional e com a sociedade civil. O conceito da agência é que ela não seja um órgão do governo, mas ela não pode desconhecer que existe um governo eleito. Tem que ter um canal de comunicação, e o canal hoje é o Conac (Conselho de Aviação Civil). Nessa nova discussão é possível que haja um arejamento nessa comunicação do governo com as agências de tal maneira que os ministérios tenham também sua palavra ouvida”, disse.
Essa é a segunda demonstração pública do governo em menos de uma semana pedindo mudanças na estrutura das agências reguladoras. Na última quinta-feira, quando o conselho político da coalizão de governo se reuniu, um dos líderes do governo no Congresso disse que a base aliada quer mudanças. – O Congresso exige que essa questão seja revista. Essa foi a avaliação que o conselho político fez – afirmou após a reunião com presidentes e líderes congressistas dos partidos políticos que apóiam o governo.
Rondeau deve reassumir
Mares Guia disse ainda que que o ex-ministro de Minas e Energia Silas Rondeau deve voltar ao cargo, mas não especificou quando. A volta de Rondeau já havia sido sinalizada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O ministro deixou o cargo em maio. Desde sua saída do governo, o ministério é chefiado interinamente pelo secretário-executivo, Nelson Hubner.
No dia 10 de julho, o presidente negou a recondução de Silas e ironizou: “Engraçado, fiquei imaginando quem era o poderoso que estava indicando os ministros por mim”. Apesar disso, Lula disse que Rondeau havia sido “injustiçado”.
Rondeau tem a seu favor um laudo feito pelo perito Ricardo Molina, professor da Universidade de Campinas (Unicamp) , que contesta a versão da Polícia Federal que sustentava que Rondeau havia recebido dinheiro de uma construtora.
Da redação,
Com agências