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Gim Argello é a própria imagem da corrupção, afirma CUT

Deitados no chão e com faixas dizendo “Fora Gim, o DF merece respeito”, mais de 70 manifestantes de diversas entidades representativas estiveram nesta quarta-feira (8) no Congresso Nacional protestando e exigindo a cassação do mandato do suplente de senad

A presidente da CUT em Brasília, Rejane Pitanga, falou que a entidade está há uma semana colhendo assinaturas da população nas ruas para solicitar aos senadores a abertura do processo de investigação e a cassação do mandato de Argello. “Essa é uma luta da CUT contra a corrupção e contra a impunidade. Foi um ato simbólico para chamar atenção dos parlamentares e da sociedade. À tarde, às 17 horas, voltaremos para fazer uma vigília com o mesmo objetivo: pedir a cassação do senador Gim Argello”, afirma.


 


No entendimento da presidente da CUT, é necessário que a sociedade se mobilize. “É impossível você ficar parado diante de tamanha aberração. Primeiro o Roriz, que nós do movimento sindical, dos movimentos sociais e da esquerda no geral denunciamos há mais de 12 anos por desvio de recursos públicos, corrupção e desmonte do Distrito Federal. Ele renunciou e quem ocupa seu lugar agora é o seu suplente, o senador Gim, que é cria do Roriz, cujos ombros carregam um número imenso de denúncias de desvio de dinheiro público, corrupção, aquisição de equipamentos da Câmara Legislativa de quando era presidente da Câmara e ainda citado pela operação Aquarela. Isso é inaceitável”. 


 


A dirigente diz que essas questões fragilizam a imagem do Poder Legislativo. “Nós entendemos a importância de um Congresso Nacional forte, respeitável e que reflita os anseios da sociedade brasileira. Nós também achamos que é muito ruim para o Distrito Federal ter e ser representado por um senador como Gim, que é a própria imagem da corrupção. Nós não aceitamos e não vamos descansar até que esse processo seja aberto”, afirma.


 


Representação


 


A Mesa Diretora do Senado poderá julgar nesta quarta-feira (8) a representação feita pelo Psol contra o senador Gim Argello. Caso seja aceita, o processo será encaminhado ao Conselho de Ética da Casa. A presidente do PSol, Heloísa Helena, confirmou que a representação pedindo o processo investigatório é fundamental. A ex-senadora diz que é necessário investigar as acusações de tráfico de influência, intermediação de interesse privado e exploração de prestígio para verificação da quebra de decoro parlamentar.


 


Processos


 


Argello é um dos vice-presidentes nacionais do PTB e já presidiu a Câmara Legislativa do DF, onde cumpriu dois mandatos como deputado (1998 a 2006).  Segundo reportagem publicada pela Folha, foi divulgado em 2002 um vídeo em que um deputado distrital diz a outro que Argello recebeu 300 lotes em troca de apoio à aprovação de lei que regularizava o condomínio Alto da Boa Vista, em Brasília.


 


Também enquanto comandava a Câmara do DF, Argello foi alvo de uma ação civil pública e um processo no Tribunal de Contas do DF — ainda não julgados definitivamente – – sob a suspeita de que estabeleceu contrato de informática para a Casa que causou um prejuízo de R$ 1,7 milhão aos cofres públicos. Argello apresentou recentemente sua defesa nesse processo.


 


Outra pendência jurídica que o suplente de Roriz enfrenta é um inquérito no Tribunal Regional Federal da 1ª Região sob a suspeita de crime contra o sistema financeiro nacional. Consulta ao site da Receita Federal confirma que Argello tem pendência com o Fisco.


 


Já entre as ações que correm na Justiça de primeira instância do Distrito Federal, há o processo de um cabo-eleitoral que o acusa de não ter fornecido material de segurança para trocar cartazes afixados no alto de postes de iluminação. O cabo eleitoral afirma que recebeu descarga elétrica que resultou na amputação de parte do braço e em queimaduras em 20% do corpo.


 


Na Justiça Eleitoral, Argello sofreu uma condenação em 2003 e foi obrigado a pagar multa de R$ 20 mil por fazer propaganda eleitoral irregular.


 


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De Brasília
Alberto Marques
Com agências