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Saito: “não é através da imprensa que se faz reivindicações”

O comandante da Aeronáutica, Brigadeiro Juniti Saito, explicou aos deputados da CPI do Apagão Aéreo os motivos que levaram ao afastamento de controladores de vôo ligados a entidades representativas. Ele afirmou que não poderia permitir o “aliciamento”

Saito explicou que os controladores não foram afastados definitivamente da Aeronáutica, mas simplesmente foram mudados de função. “Eles estão fazendo treinamento para trabalhar agora nas funções de defesa aérea”.



O Brigadeiro também afirmou que a denúncia de que houve pilhagem nos destroços do avião da Gol que se acidentou no norte do Mato Grosso já havia sido levada em uma reunião com os familiares das vítimas em março.



Segundo ele, no entanto, os familiares que fizeram a denúncia não forneceram dados para ajudar as investigações. Saito defendeu os militares que trabalharam no resgate dos corpos e lembrou que apesar de não ser obrigação da Aeronáutica foram resgatados quase duas toneladas de pertences dos passageiros Todo este material foi catalogado, etiquetado e entregue à Gol. “Lamento esse tipo de acusação, esses homens que ficaram 49 dias na selva resgatando corpos são heróis”. (…) “Foram mais de 800 homens que trabalharam naquele episódio e hoje estão sendo pichados como se fossem marginais”, lamentou.



Sistema seguro



Perguntado sobre o sistema de tráfego aéreo brasileiro, o brigadeiro afirmou que o sistema de controle do espaço aéreo é seguro e disse que quem fala o contrário está mal informado. Saito disse que com dados isolados é impossível se ter uma conclusão sobre a causa do acidente com o avião da TAM, no último dia 17. “Em um acidente, as causas são várias”. A previsão dele para a conclusão dos trabalhos de investigação sobre o avião da TAM é de aproximadamente dez meses.



Sobre o plano de desenvolvimento do sistema de controle aéreo, o brigadeiro Saito foi indagado se algum equipamento utilizado hoje é ultrapassado. Ele disse que não. Afirmou ainda que o plano de modernização é de médio a longo prazo, entre 10 e 15 anos, que o sistema Dacta 1 foi modernizado e o Dacta 2 deve estar pronto na sua atualização em setembro. “O Dacta 4 é o mais moderno que temos no Brasil”. Segundo Saito, um controle com uso de satélite já está sendo estudado no Brasil, com a utilização de um satélite geoestacionário, que deve ser instalado entre 2.015 e 2020 no País e em outras nações
 


Apreensão de documentos


 


O comandante da Aeronáutica também falou do pedido de suspensão de busca de documentos no Cindacta 1 e nos aeroportos de Congonhas e Guarulhos, que havia sido solicitada pelo Ministério Público Federal (MPF). Segundo Saito, havia questões de segurança nacional envolvidas no episódio. “Por se tratar de documentos que se não tratados de forma adequada podiam ter consequências graves.”



Saito afirmou que a Aeronáutica nunca apresentou obstáculos a nenhuma informação requisitada, seja pela CPI ou pela Polícia Federal, e por não ter tido nenhuma solicitação prévia, a diligência foi recebida com surpresa.



Durante a operação que chegou a ser iniciada pela PF, Saito garantiu que houve “perfeito entendimento” e que 56 volumes e um CD-ROM de registros de tráfego aéreo foram entregues aos agentes.



“Mas aí veio a decisão de suspensão e eles recolheram o material”, contou.



A suspensão da busca e apreensão de documentos foi determinada por decisão do Tribunal Regional Federal da 3a Região, que cassou a liminar da 2a Vara Federal. A desembargadora Marli Ferreira considerou que a União deveria ter sido ouvida antes da decisão que autorizou a apreensão de documentos do Cindacta-1, Congonhas e Guarulhos.



O ministro da Justiça, Tarso Genro, aprovou a suspensão da busca, que no seu entender “poderia se configurar um grande abuso de direito, com prejuízo ao consumidor, aos cidadãos e prejuízos a essas operações que estão sob controle da Aeronáutica”, disse a jornalistas após cerimônia de criação da Escola Nacional de Defesa do Consumidor.



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