Desmatamento da Amazônia caiu 25% em um ano
Um grupo interministerial anunciou nesta sexta-feira (10) que entre agosto de 2005 e julho de 2006 a Amazônia teve devastados 14.039 quilômetros de floresta. A área, equivalente a cerca da metade do Estado de Alagoas, supera a estimativa divulgada em outu
Publicado 10/08/2007 16:42
Apesar de ficar acima do previsto, houve uma redução de 25,3% do total desmatado. No período de um ano entre 2004 e 2005, 18.790 quilômetros quadrados de floresta foram devastados.
O presidente do Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (Inpe), Gilberto Câmara, comemorou o dado, lembrando que é a segunda redução consecutiva. “Isso mostra que antes havia uma tendência de crescimento e que agora está caindo significativamente”, comentou.
Câmara anunciou para setembro o lançamento de um novo satélite brasileiro de monitoramento e informou que está em implantação o terceiro sistema de acompanhamento na região, o Detex, que mapeará também a extração seletiva de madeira. “A Science [uma das principais publicações científicas] diz que o modelo brasileiro é a inveja do mundo”, disse.
Concentração
Segundo o secretário executivo do Ministério do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco (também presidente interino do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), três estados concentraram 80% (quatro quintos) do desmatamento: Pará, Mato Grosso e Rondônia. Desses, apenas no último houve crescimento, informou. O outro estado, dos nove da Amazônia Legal, onde a área derrubada cresceu foi o Amazonas.
Capobianco estima que a queda de agosto de 2006 a agosto de 2007 será de outros 30%. Ele chegou a esta conclusão a partir de dados do Deter (Detecção de Desmatamento em Tempo Real). O sistema analisa imagens da Amazônia quase em tempo real, o que permite fazer projeções de desmatamento.
O dado apontado pelo Deter é que a área desmatada ficou em 4.820 quilômetros quadrados entre 2006-2007, contra os 10.010 registrados entre 2005-2006. Como o sistema tem uma resolução reduzida, não computa desmatamentos menores a 50 hectares – por isso, não é possível fazer uma comparação direta com o sistema de imagens do Programa de Cálculo de Desflorestamento da Amazônia (Prodes), origem dos dados oficiais.
Contudo, o grupo interministerial apresentou uma estimativa com base na comparação entre os dois sistemas no ano anterior. A estimativa é que haja uma redução de 30% e o número do desmatamento do Prodes, a ser conslidado no próximo ano, possa ficar em 9.600 quilômetros quadrados. A margem de erro é de 10% para mais ou para menos. Segundo o secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente, o dado significa uma “estimativa conservadora”.