Manifestação da CUT tem resultado positivo
Os mais de 20 mil trabalhadores que saíram em marcha por Brasília nesta quarta-feira (15) já obtiveram alguns resultados positivos. O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, assumiu um compromisso com os manifestantes de enviar ao Senado a ratificação d
Publicado 15/08/2007 17:53
Durante a reunião, o presidente nacional da CUT, Artur Henrique da Silva Santos, entregará a Chinaglia um documento com 13 itens de reivindicações dos trabalhadores. Artur explicou que o principal ponto discutido será a Emenda 3, mas nem por isso deixará de debater questões como a Convenção 158, a luta contra o interdito proibitório e outros pontos. “Nossa posição é de manter o veto do presidente da República à Emenda 3 e, portanto, não se tente derrubar o veto, como têm tentado alguns atores da sociedade, pressionando o Congresso”.
Artur conclamou os parlamentares presentes para que votem rapidamente a ratificação da Convenção 151 da OIT, que trata da negociação coletiva do setor público, e que, segundo o ministro do Planejamento, estará no máximo até 5 de setembro no Congresso. “Essa é uma bandeira histórica dos trabalhadores e trabalhadoras e da CUT”, diz Artur.
O dirigente avaliou como positiva a mobilização, que trouxe caravanas de trabalhadores, vindas de todas as regiões e marcou o início do Dia Nacional de Luta. “Fizemos esse ato no Congresso Nacional para pressionar e mostrar mais uma vez o poder de mobilização e a energia dos trabalhadores da CUT”, informou o dirigente da Confederação.
Movimentos
Diversos setores dos movimentos sociais e sindicais estiveram presentes no ato. O membro da coordenação nacional da Corrente Sindical Classista (CSC) e secretário de Políticas Sociais da CUT, Carlos Rogério Nunes, diz que a manifestação desta quarta-feira (15) está sendo muito importante porque se conseguiu unificar uma pauta do ponto de vista dos interesses dos trabalhadores para uma proposta e um projeto de desenvolvimento. “As lutas fracionárias que nós fazíamos, como exemplo, o contra Emenda 3, e outros temas, nós conseguimos pautar, unificar as mobilizações para um dia aqui em Brasília e entregar ao executivo, legislativo e judiciário”, diz.
A presidente da União Nacional do Estudantes (UNE), Lúcia Stumpf, acha que para eles é muito importante somar forças a essa manifestação da CUT. “A luta contra a retirada dos direitos dos brasileiros, como por exemplo a Emenda 3, é uma luta de todos, que deve unificar os conjuntos dos movimentos sociais e, por isso, a UNE se junta a essa marcha da CUT. Só unindo força e com o conjunto da sociedade mobilizada – movimentos sindicais, trabalhadores sem-terra, mulheres e estudantes –, a gente vai conseguir transformar o Brasil num país mais justo, mais democrático e com distribuição de renda para todos”, fala.
Depois de mais de 24 horas de viagem de Fortaleza a Brasília, a trabalhadora de 55 anos, Luzanira Santos, não demonstrava cansaço durante o ato. “Acho que devemos participar para conseguir manter nossos direitos e adquirir novos. Dessa forma, estamos pressionando o governo e os parlamentares. O ato mostra que não estamos satisfeitos”, comenta.
Parlamentares
Vários parlamentares também acompanharam a marcha. A deputada Jô Morais (PCdoB-MG) acha que essa concentração enorme dos metalúrgicos, sob a bandeira da CUT, demostra que os trabalhadores não vão mais esperar passivamente para assegurar os seus direitos. Jô pensa que o ato também sensibilizará e dará um impulso muito grande para que os parlamentares incorporem a luta deles.
No carro de som, a parlamentar disse que os presentes deram uma lição de resistência, coragem e rebeldia àqueles que acham que podem cansar a qualquer hora na construção desse país. “Todos nós sabemos que o Brasil precisa crescer em ritmo cada vez mais acelerado, mas não crescer para os olhos da Fiesp, é crescer para ampliar a participação dos trabalhadores. Para que os trabalhadores e trabalhadoras tenham acesso à riqueza adquirida por este desenvolvimento. Vocês aqui dão lição ao Brasil, ao Congresso, e, neste momento que o Brasil retoma o ritmo de desenvolvimento, vocês estão pra dizer: Nem um direito a menos, todos os direitos a mais”.
O deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA) entende que “esse é mais um ato que caracteriza bem o movimento sindical, que precisa estar sempre bem organizado e necessita vir às ruas, para demonstrar a visibilidade de suas bandeiras. As bandeiras que estão sendo levantadas são todas justas e buscam colocar o Brasil no caminho do desenvolvimento, da distribuição da renda e da preservação dos direitos dos trabalhadores. Portanto, são bandeiras que se identificam com os interesses mais nobres da nação, por isso nós saudamos a CUT e os organizadores desse ato por estarem contribuindo com a explicitação dessa agenda positiva”, finaliza.
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De Brasília
Alberto Marques