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Para OMC, instabilidade financeira ameaça comércio mundial

As turbulências nos mercados mundiais podem afetar o crescimento da economia e do comércio global neste ano, segundo relatório da OMC (Organização Mundial do Comércio). Além disso, o estudo aponta os desequilíbrios nas balanças comerciais como fator para

Para o organismo, as estimativas que apontam que a economia mundial crescerá cerca de 3% neste ano podem fazer com que o comércio global avance 6% em 2007, ante expansão de 8% no ano passado. E, caso o mercado de crédito imobiliário norte-americano – causa original da atual instabilidade nas Bolsas – continue com problemas, ele prevê uma cenário ainda pior.



“Caso os problemas no “subprime” [mercado de crédito de alto risco] continuem ou se agravem, nós teremos provavelmente um impacto maior no crescimento econômico e na expansão do comércio no próximo ano”, afirmou Robert Teh, diretor do organismo que é palco das negociações da estagnada Rodada Doha de liberalização do comércio mundial.



As Bolsas mundiais, alvo da preocupação da OMC, tiveram um dia de queda nesta terça-feira (14), afetadas pelos resultados de empresas como o Wal-Mart e os temores em relação aos mercados globais de crédito.



A rede varejista Wal-Mart, maior empresa do mundo segundo a Fortune, teve um lucro de US$ 3,1 bilhões no segundo trimestre deste ano, um aumento de 49% em relação ao mesmo período de 2006. Mas a empresa disse que o resultado anual poderá ser menor que o previsto por analistas. Já o lucro da Home Depot, de materiais de construção, caiu 15% no segundo trimestre, para US$ 1,59 bilhão. Os dois resultados geraram temores de que o consumo americano, maior motor da economia dos EUA, também possa estar em queda.



O balanço do banco suíço UBS, o maior da Europa, também ajudou a derrubar os mercados. O seu lucro avançou 79% no segundo trimestre com venda de ativos, mas ele disse que a turbulência deve piorar seu resultado neste semestre.



Outra má notícia veio do fundo americano Sentinel Management Group – que administra US$ 1,6 bilhão. Ele informou a clientes que queria bloquear resgates para evitar liquidação forçada de papéis, medida negada pelas autoridades.



Mas o dia também teve bons índices dos EUA, que não derem respiro aos mercados. O núcleo da inflação ao produtor ficou em 0,1% em julho. E o déficit comercial ficou em US$ 58,1 bilhões em junho, o menor em quatro meses.



Fonte: Folha de S.Paulo