PCdoB quer eleger primeiro vereador guarani da história

O ponto de partida para os trabalhos neste sentido ocorreu no fim de semana, em uma reunião na aldeia Tekoha-Itamarã, no Município de Diamante do Oeste.

O secretário da sigla em Cascavel, Paulo Porto, que faz parte da coordenação do PCdoB na região oeste, participou da reunião e comentou que há grandes possibilidades de o fato histórico se concretizar. “Nesta reunião ficou definida que a comunidade Guarani terá um candidato próprio em Diamante, com grandes possibilidades de se eleger”, informou o dirigente.

A possibilidade de esse candidato conseguir êxito é grande, devido ao fato de que, segundo as expectativas, um candidato a vereador no Município precisaria de cerca de 130 votos para conquistar uma vaga. “O candidato indígena consegue sair com pelo menos 100 votos, contanto as duas aldeias guaranis”, explicou Porto, lembrando que o representante das aldeias também deve contar com apoio de parte do assentamento do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra) da localidade.

O sem-terra Aloísio Steinmetz representou o movimento na reunião e se comprometeu a unir esforços no sentido de eleger um líder Guarani para a Câmara Municipal. “O movimento [MST] é solidário às causas do povo Guarani, uma vez que também lutamos pelo direito à terra e a uma comunidade igualitária”, disse.

Falando em nome da executiva estadual do partido, Paulo Porto repassou aos líderes indígenas que a comunidade guarani terá total autonomia para escolher o nome do pré-candidato. “Quem decidirá o candidato é a comunidade e o partido em Diamante”, frisou.

Pré-candidatos

Esta não é a primeira experiência de um representante da comunidade Guarani em um pleito eleitoral. Na última eleição o professor guarani de Diamante do Oeste Teodoro Tupã Alves concorreu a uma vaga na AL (Assembléia Legislativa). “A experiência que o Teodoro passou lhe transformou em um grande líder, capacitado para pleitear uma vaga”, argumentou Paulo Porto.

Durante a reunião, Teodoro falou sobre a importância de os guaranis terem maior representatividade junto ao poder público local. O líder indígena também comentou as dificuldades que o candidato terá junto à população não-indígena. “Vamos enfrentar uma barra com a sociedade lá de fora, pois também seremos representantes deles e irão nos cobrar em dobro, porém, queremos entrar na política, sem deixar de ser guaranis”, discursou.

Apesar de Teodoro ser o pré-candidato natural devido à experiência, a comunidade da aldeia analisará cerca de cinco nomes para a disputa. Outro que pode ser indicado é Adriano Chamorro, presidente do PCdoB em Diamante do Oeste.

Jornal Hoje – Cascavel