Comissão discute ''enturmação'' com secretária
A Comissão de Educação, Cultura, Ciência e Tecnologia da Assembléia debateu, na manhã desta terça-feira (28), no Plenarinho, o tema ''enturmação'' com a secretária estadual de Educação Mariza Abreu. A audiência pública foi solicitada pelos deputados Ra
Publicado 28/08/2007 16:37 | Editado 04/03/2020 17:12
Conforme a Secretaria de Educação, das 2856 escolas da rede pública estadual, 745 reorganizaram suas turmas entre julho e agosto, ou seja, 26% com uma redução de 1590 turmas, algumas delas com mais de 50 alunos.
Com relação à chamada ''enturmação'', a secretária afirmou que ''não há relação entre aumento de turmas com a taxa de aprovação''. Ela exemplificou que, em Santa Maria, em uma turma com 31 alunos do ensino médio, foram aprovados apenas 11, enquanto em outra com 44 alunos, foram aprovados 40. Mariza Abreu frisou que o maior objetivo da secretaria é com a qualidade da educação e, por isso, estará fazendo o debate publicamente e mostrando-se bastante irritada e nervosa com as manifestações contrárias recebidas provocou ''quem tem dados contrários ao tema que apresente''.
Participaram do encontro entidades como o CPERS-Sindicato, Conselho Estadual de Educação, UNE, UBES e outros representantes do setor. Presentes os deputados Edson Brum (PMDB), Kalil Sehbe (PDT), Gilmar Sossella (PDT), Álvaro Boessio (PMDB), Mano Changes (PP), Stela Farias (PT), Adão Villaverde (PT) entre outros da base governista.
A Comissão de Educação aprovou nesta Audiência proposta sugerida pelo deputado Raul Carrion (PCdoB) que se crie um Grupo de Trabalho Interinstitucional para melhor avaliar os procedimentos adotados pela Secretaria de Educação apontando saídas para a crise em que vive a Educação do RS que, conforme acentuou a própria Secretária Mariza Abreu apresenta números preocupantes em relação aos demais estados da federação.
A falta de professores e funcionários e os recursos atrasados continuam sendo as principais dificuldades no cotidiano do estudante e do professor. Desde que assumiu a Governadora Yeda Crusius não repassou integralmente, em nenhum mês, os recursos para as escolas. Nos dois primeiros meses pagou 50% da verba e, nos outros 70%.
Com os cortes na educação e em outros setores, o governo anuncia que irá cumprir a meta de reduzir em R$ 300 milhões os gastos do Estado neste ano. A Governadora Yeda insiste em cortar verbas estratégicas, como na educação, alegando que estes são gastos, não investimentos! “É a maneira inviesada que o governo estadual tem, quando se trata de investimentos públicos que beneficiam o povo gaúcho, não tem projeto para desenvolver o estado e joga a culpa nos professores e alunos”, afirma Gisele Borges representante da UNE.
“Infelizmente a Secretaria de Educação tem se movido, não por programas pedagógicos, mas pela visão meramente econômica. Com isto faz uma escolha: o da precarização da educação gaúcha que, em declíneo se situava entre uma das melhores do país, estamos preocupados com a educação” acentua Simone Goldsmitd presidente do CPERS/sindicato.
No dia 22, último, cerca de 7 mil manifestantes puxados pela UNE e UBES participaram de uma grande passeata que terminou em frente ao Palácio Piratini exigindo o fim da “enturmação” .
Por Daniela Bordinhão – agência Alergs
Contribuiu
Geovani Machado