Bienal do Mercosul reúne artistas de 23 países
Começa neste sábado (1º/9), em Porto Alegre, a 6ª edição da Bienal do Mercosul. Com 67 artistas de 23 países, incluindo Japão, EUA, Líbano e Suíça, para citar quatro bem distantes da região-sede, a mostra é “pensada a partir do Mercosul”, segundo o curado
Publicado 01/09/2007 15:34
Apesar de sua parte central se espalhar por cinco imensos galpões no porto, a mostra alcançou um nível de produção sofisticado, com salas que mais parecem as de um museu.
“Nem parece Bienal”, avalia outro curador da exposição, o brasileiro Moacir dos Anjos. “Aqui buscamos trabalhar mais o respeito à obra de arte, para possibilitar uma relação mais íntima entre o espectador e a obra”, afirma Perez-Barreiro.
Ao contrário do que ocorreu em grandes mostras recentes, como a Documenta de Kassel e a Bienal de São Paulo, não há, no Mercosul, uma relação física entre as obras. “Esse diálogo deve ser feito na cabeça de cada um”, defende o curador-geral.
Módulos
Exceção à regra é o módulo Conversas, um dos três da exposição central, constituído por nove grupos de pequenas salas, cada uma com quatro artistas, selecionados por um princípio ousado: um artista escolhido pelo curador indica dois artistas, e o curador aponta o quarto.
Um dos mais surpreendentes grupos desse módulo é o que teve o brasileiro Waltercio Caldas na origem. Ele selecionou obras de Milton Dacosta e música de Steve Reich, e Perez-Barreiro acrescentou uma obra de Jesus Rafael Soto. O conjunto é dos mais vibrantes de toda a exposição.
Já no módulo Zona Franca, graças à montagem institucionalizante, cada obra pode ser observada sem dispersão, e se destacam a nova instalação de Rivane Neuenschwander, chamada “Continente-Nuvem”, o vídeo de Francys Als, “Quando a Fé Remove Montanhas”, no qual centenas de peruanos são convocados para mudar uma montanha de local apenas com pás, e “Marulho”, de Cildo Meireles, visto na Estação Pinacoteca de São Paulo.
O terceiro módulo, ainda localizado nos armazéns do Cais do Porto, é Três Fronteiras, que contou com quatro artistas que fizeram residência na região da tríplice fronteira. O módulo é o que traz novos trabalhos para a exposição.
A Bienal do Mercosul apresenta ainda três mostras monográficas: do argentino Jorge Macchi, do uruguaio Francisco Matto (1911 – 1995) e do paulista Öyvind Fahlström (1928 -1976), que viveu em Nova York. A perspectiva de visão da carreira de cada um deles reforça o caráter institucional da mostra, propiciando um novo tempo de reflexão para as bienais.
Serviço – 6ª Bienal do Mercosul
Quando: abertura neste sábado, às 10h; todos os dias, das 9h às 21h. Até 18/11.
Onde: Museu de Artes do RGS (praça da Alfândega, s/nº), Santander Cultural (r. 7 de setembro, 1.028), Armazéns do Cais do Porto (Av. Mauá, 1.050), Porto Alegre.
Quanto: entrada franca.
Fonte: Folha de S.Paulo