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Fed não descarta novas intervenções para conter a crise

Em seu primeiro discurso desde o recrudescimento da turbulência nas Bolsas, no dia 9 de julho, o presidente do Fed (Federal Reserve, o BC dos EUA), Ben Bernanke, afirmou que o organismo está “preparado para tomar as medidas necessárias” para impedir que o

Bernanke, que está na reunião anual do Fed regional de Kansas, em Jackson Hole (Wyoming), não deu nenhum sinal se haverá um corte na taxa básica de juros dos EUA, atualmente em 5,25%, na próxima reunião do banco, no dia 18 de setembro.



E sua fala também não sugere que o organismo tomará nenhuma medida mais radical até lá – salvo se houver uma piora inesperada nas condições econômicas do país.



No entanto, vários analistas e investidores acreditam que o Fed deverá reduzir a taxa de juros e, apesar de a maioria acreditar num corte de 0,25 ponto, já há os que apostam que deverá ficar em 4,75% após o encontro deste mês -hoje é de 5,25%.



Pelas declarações de Bernanke, as medidas que o BC norte-americano tomará na reunião do dia 18 dependerão principalmente dos acontecimentos no setor imobiliário e de crédito para compra de casas.



“Obviamente, se as atuais condições persistirem nos mercados de hipotecas, a demanda por casas pode piorar ainda mais, com possíveis implicação para o resto da economia”, disse o dirigente. “Nós estamos acompanhando essa situação de muito perto.”



Ao mencionar os problemas em um setor específico, no caso o mercado imobiliário, e ligá-los de forma mais explícita à decisão sobre os juros, Bernanke se distanciou de seus discursos anteriores, em que falava mais sobre a economia em geral -especialmente de crescimento e inflação.



Sobre a instabilidade nos mercados, o presidente do banco central americano afirmou que as “perdas financeiras globais [com os empréstimos de “subprime] ultrapassaram até as previsões mais pessimistas”.



Para ele, a turbulência nas Bolsas reflete não só uma preocupação em relação ao impacto dos problemas do mercado de crédito imobiliário no crescimento da economia americana mas um aumento da incerteza e da aversão a risco entre os investidores.



Assim como o presidente dos EUA, George W. Bush, que falou poucas horas depois, Bernanke afirmou que não cabe ao Fed ajudar os investidores – ou “especuladores”, no caso de Bush – que não conseguem pagar os empréstimos de suas casas. “Não é responsabilidade do Federal Reserve -nem seria apropriado- proteger financiadoras e investidores das conseqüências de suas decisões financeiras.”



Dados



Os dados sobre a economia norte-americana, assim como os discursos de Bernanke e Bush, animaram os investidores. O gasto pessoal dobrou em julho na comparação com o mês anterior, para 0,4%. Já a renda cresceu 0,5% em julho – em junho, a expansão foi de 0,4%.


 



O núcleo do índice PCE (gastos do consumidor americano), que exclui alimentos e energia, subiu 0,1% em julho. No ano, a expansão é de 1,9%, abaixo da meta do Fed.



Fonte: Folha de S.Paulo