Jovens selecionados para estudar medicina em Cuba viajam em setembro
Mediante um acordo feito entre os governos de Cuba e do Brasil, 42 jovens no Amazonas que foram selecionados para estudarem na Escola Latino-Americana de Medicina (ELAM), viajam para Havana (Cuba) no dia
Publicado 14/09/2007 17:08 | Editado 04/03/2020 16:13
Os futuros médicos estão se preparando para a nova experiência realizando aulas semanais de espanhol. Em Cuba, eles passarão por uma triagem antes de ingressar na faculdade, onde terão aulas de espanhol, matemática, química e física.
Rafael Nascimento, 20 anos, ex-presidente da União Municipal dos Estudantes Secundaristas (Umes), fazia curso pré-vestibular e pretendia cursar Comunicação Social, mas a oportunidade de estudar na ELAM o mudou os seus planos. “Minha condição material não dava opção de estudar Medicina aqui, porque é o vestibular é muito concorrido e em faculdade particular é muito caro. Um doutor para o Brasil é muito importante, a minha condição não me permite esse status. Também é importante conhecer um regime socialista, onde tem a liberdade de não ser oprimido. A minha idéia é estudar Medicina e voltar para o Brasil,” disse ele sobre a idéia de viver em um país de regime socialista.
O indígena Edcarlos Gonçalves, de 21 anos, da etnia Tariano, já sabia o que queria desde que tentou há dois anos atrás pleitear duas vagas para a ELAM oferecidas para indígenas em convênio com a Coaib. “A Medicina sempre foi um dos meus desejos, desde a minha conclusão do ensino médio. Essa oportunidade surgiu e, graças a Deus, deu tudo certo. Só de ser referência (Cuba) já é ótimo pra mim. Vai ser ótimo como militante e para a área profissional. Penso em seguir pediatria”, revela Edcarlos a respeito da especialização médica que deseja atuar.
Paula Silva da Costa, 20 anos, é paulista e vive em Manaus há cinco anos. Quanto às expectativas para estudar em outro país, ela comenta: “Estou mais ansiosa do que feliz. A minha maior expectativa e com relação ao sentimento das pessoas. Uma coisa é a gente vivenciar o sistema (socialista) e ver as falhas e o que está dando certo”.
“A ELAM tem como função ajudar quem mais precisa. Houve um furacão que passou pela Guatemala e acabou com tudo, então Cuba mandou 8 mil médicos para ajudar. Fidel achou que não adiantava mandarem médicos porque iriam voltar e as pessoas continuariam precisando de ajuda”, conta Paula.
O processo seletivo, realizado em 12 de junho, consistiu em entrevista e entrega de documentos para avaliar o perfil do candidato. O critério de seleção era ser de baixa renda, ter concluído o ensino médio e possuir no máximo 25 anos.
A ELAM foi criada em 1999 com intuito de disponibilizar vagas para estudantes carentes da América Latina, EUA e África e suprir a necessidade de médicos nas regiões mais assoladas dos respectivos continentes. O curso de Medicina na ELAM tem a duração de seis anos e os felizardos terão a disposição do governo de Fidel alimentação, moradia e uma bolsa-auxílio para eventuais despesas.
De Manaus,
Cinthia Guimarães