Gusmão: “Os números do desemprego no Rio são alarmantes”

A trajetória política do deputado Fernando Gusmão (PCdoB) começou a ser construída no movimento estudantil em 1986, quando ele ingressou na Universidade Federal de Pernambuco, e não parou mais. De 1993 a 1995, Gusmão presidiu a União Nacional dos Estud

Eleito deputado estadual com 40 mil votos, Gusmão afirma, em entrevista ao JORNAL DA ALERJ, que o tema juventude continua merecendo sua atenção e que lutará pela aprovação do projeto de sua autoria para incentivar as empresas a contratarem jovens em busca do primeiro emprego.



Como a experiência de presidir a UNE ajudou na carreira parlamentar?



Minha vida política aconteceu graças à carreira estudantil. A carga de informações obtidas como líder dos estudantes foi uma base importante para mim como político. Foram muitas reuniões, encontros e debates. Para se ter uma idéia, no processo de impeachment do ex-presidente Fernando Collor, eu era vice-presidente regional da UNE, e já estava lá lutando e brigando pelos meus ideais.



Qual a importância da participação da Alerj na retomada do terreno da UNE?



Quando o presidente Itamar Franco devolveu o terreno aos estudantes, eu presidia a UNE. O apoio do presidente da Alerj, Jorge Picciani (PMDB), e dos parlamentares que compareceram ao local nas visitas que fizemos, foi muito importante. Foi uma luta árdua, mas que teve um final feliz.



Que projetos apresentados neste primeiro semestre o senhor destacaria?



O mais importante é o que regula a qualidade do ar no metrô. Recentemente a Uerj mediu as condições do ar em sete estações subterrâneas do metrô e constatou que em seis delas há problemas de concentração de material particulado, que pode causar problemas respiratórios. Não é nada alarmante ainda, pois não extrapolam a ponto de serem um risco à saúde. O projeto defende que a qualidade seja medida a cada três meses e que estes índices sejam divulgados. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) faz as medições a cada seis meses.



Outro projeto que destacaria é o que obriga o estádio do Maracanã a numerar seus assentos. É uma exigência da Fifa e não podemos fugir desta tendência mundial que, além de dar mais conforto para as famílias, que sabem que depois dos intervalos ocuparão os mesmos lugares, este projeto faz com que ninguém precise chegar com muita antecedência para brigar por bons assentos.



De onde surgiu a idéia de um projeto de lei para incentivar os jovens na busca pelo primeiro emprego?



Os números do desemprego no Rio de Janeiro são alarmantes. É um problema que aflige a juventude fluminense. Os jovens que não têm experiência anterior de trabalho e não têm carteira assinada encontram muitas dificuldades na busca por oportunidades. É preciso criar medidas efetivas para esse incentivo. O objetivo desse projeto de lei que apresentei é viabilizar uma política fiscal para a geração de empregos para jovens trabalhadores e desempregados. Espero que esse projeto seja aprovado o quanto antes para ajudarmos a resolver esse problema.



Qual será o desafio da Comissão de Ciência e Tecnologia neste semestre?



Estamos empenhados em transformar o estado em um grande produtor de biodiesel. Nosso objetivo é apoiar a idéia da Secretaria estadual de Ciência e Tecnologia de criar um projeto de isenção total de ICMS para todo produto originado de qualquer etapa do ciclo do biodiesel. Essa questão do biodiesel é uma grande contribuição para a ecologia e a economia. Outro ponto que será trabalhado é o aumento das verbas destinadas à Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo a Pesquisa do Estado do Rio (Faperj) e da Fundação de Apoio à Escola Técnica do Estado do Rio (Faetec). Essas instituições têm que ter estrutura para realizar pesquisas científicas e técnicas.



* A entrevista foi concedida para Sérgio Jardim (Jornal da Alerj).