Líderes das duas Coréias se encontram em cúpula histórica
Kim Jong Il, líder da República Popular Democrática da Coréia (RPDC) saudou o presidente da República da Coréia Roh Moo-hyun em Pyongyang nesta terça-feira (2) no início do segundo encontro entre os dois países desde que a península foi dividida após o fi
Publicado 02/10/2007 10:40
Milhares de pessoas e uma guarda de honra militar rodeavam os líderes durante o primeiro encontro, que aconteceu em uma instalação cultural na capital da RPDC, onde Roh chegou após uma viagem de três horas e meia de carro vindo de Seul.
Os dois mandatários caminharam sobre um tapete vermelho, onde Kim apresentou a Roh os principais líderes da RPDC.
Nenhum dos dois fez qualquer comentário antes de Roh retornar à sua limusine blindade para seguir até o seu alojamento, onde permanecerá durante a Cúpula, que deverá prosseguir por toda a quinta-feira.
Mais cedo, durante a viagem de 200 quilômetros de Seul a Pyongyang, Roh desceu do veículo para atravessar a pé a linha que divide as duas Coréias no centro da pesadamente fortificada Zona Desmilitarizada, marcando a primeira vez que um líder da Coréia do Sul atravessa a pé a fronteira entre as duas nações. No primeiro encontro entre as Coréias, o então presidente Kim Dae-jung foi para Pyongyang de avião.
“Esta linha é um muro que dividiu a nação por meio século. Nosso povo sofreu muitas adversidades e o desenvolvimento foi estagnado por causa desse muro”, disse Roh, ao fazer a travessia próximo à cidade de Kaesong, na RPDC.
“Esta linha será gradualmente apagada e o muro irá ruir”, disse. “Eu farei todos os esforços para fazer de minha travessia a pé uma ocasião para remover o muro da proibição e mover adiante a paz e a prosperidade”.
Antes de deixar Seul na manhã desta terça-feira, Roh disse que ele iria trabalhar naquilo que foi obtido durante o primeiro encontro intercoreano e “apressar a marcha lenta” da reconciliação entre os dois lados, que permanecem técnicamente em guerra, desde que a Guerra da Coréia, entre 1950 e 1953, foi interrompida por uma trégua, mas nunca encerrada com um acordo de paz.
“Pretendo concentrar em fazer progressos substantivos e concretos, que possam trazer um acordo de paz assim como um acordo de desenvolvimento econômico”, disse Roh.
Roh reconhece que desmantelar o poderio militar atômico da RPDC e estabelecer um tratado de paz não pode ser realizado somente pelas duas coréias. Mas ele disse que irá trabalhar para estabelecer um acordo concreto para “construir uma confiança militar e resolver questões humanitárias”.