“Amazônia tem que ser prioridade nas políticas de governo”, defende Mangabeira Unger
“O Estado tem que ser forte na Amazônia. Não para substituir o mercado. Mas para criar novas alternativas para que as empresas se estabeleçam sem problemas na área”. A declaração é do Ministro de Assuntos E
Publicado 05/10/2007 18:57 | Editado 04/03/2020 16:13
Para a deputada Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), presidente da CAINDR e organizadora do encontro com o Ministro, o Simpósio já começou. “Essa interação entre a bancada dos nove estados da Amazônia e os Ministérios, este ambiente contagiante que está presente aqui de priorização da região nas políticas públicas brasileiras já é um resultado positivo da proposta do Simpósio, que é colocar a Amazônia como prioridade do País e do Congresso Nacional”, comemorou a deputada.
Para o ministro falta audácia dos brasileiros para cuidar do patrimônio da Amazônia. “A sociedade tem que definir que tipo de paradigma de desenvolvimento tem que ser adotado para cada uma das micro-regiões da Amazônia”, defendeu, dizendo que sua tarefa no governo é totalmente propositiva. “Meu Ministério certamente é o que terá menos dinheiro e menos poder. Mas temos idéias. Minha intenção é inovar tecnologicamente e ecologicamente a forma de pensar a Amazônia”, disse.
Na opinião de Mangabeira Unger para se ter qualificação e atividades produtivas avançadas na Amazônia, é necessário que existam pessoas de alta formação intelectual e que aceitem morar longe dos grandes centros urbanos. Ele defendeu um modelo de ocupação da região com baixa densidade demográfica e a melhoria na formação intelectual da população. “Temos que conciliar população dispersa com alto nível de informação”, explicou.
O Ministro ressaltou que é fundamental que seja feito o zoneamento econômico estratégico da Amazônia definindo como e o quê será produzido na região. Ele defende que o país invista na biotecnologia para melhorar a performance de aproveitamento das florestas, além da utilização de energias alternativas.
Para o deputado Zequinha Marinho (PMDB-PA) se não houver uma quebra de paradigmas não haverá avanços na região. “Os governos têm sido tímidos. Todo mundo quer preservar a Amazônia, mas ninguém quer contribuir. Acredito que o Ministro, que vem de fora, para fazer este trabalho tenha visão e competência para realizar essa mudança de paradigma”, disse o parlamentar.
O deputado Asdrubal Bentes (PMDB-PA) defendeu a redivisão territorial da região. Para ele as grandes distâncias, a ausência do Estado no interior facilitam o tráfico de drogas, a grilagem de terras e outras grandes mazelas comuns na Amazônia. Ele disse esperar que este assunto,seja pautado no Simpósio e que também seja pauta do novo Ministério.
O Ministério de Mangabeira Unger, recém criado, é encarregado do planejamento estratégico de longo prazo do país, função que envolve desde questões de defesa até o modelo de exploração da Amazônia.
De Brasília,
Bety Rita Ramos