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“Amazônia tem que ser prioridade nas políticas de governo”, diz Mangabeira Unger

“O Estado tem que ser forte na Amazônia. Não para substituir o mercado, mas para criar novas alternativas para que as empresas se estabeleçam sem problemas na área”. A declaração é do Ministro de Assuntos Estratégicos, Mangabeira Unger, feita esta sema

Ele considerou o 1o Simpósio Amazônia e Desenvolvimento Nacional, que será realizado de 19 a 23 de novembro pela Comissão, como uma iniciativa que vai ao encontro dessa forma de entender a região.



Para a deputada Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), presidente da Comissão e organizadora do encontro com o Ministro, o Simpósio já começou. “Essa interação entre a bancada dos nove estados da Amazônia e os Ministérios, este ambiente contagiante que está presente aqui, de priorização da região nas políticas públicas brasileiras já é um resultado positivo da proposta do Simpósio, que é colocar a Amazônia como prioridade do País e do Congresso Nacional”, comemorou a deputada.



Para o ministro, falta audácia dos brasileiros para cuidar do patrimônio da Amazônia. “A sociedade tem que definir que tipo de paradigma de desenvolvimento tem que ser adotado para cada uma das micro-regiões da Amazônia”, defendeu, dizendo que sua tarefa no governo é totalmente propositiva.



“Meu Ministério certamente é o que terá menos dinheiro e menos poder. Mas temos idéias. Minha intenção é inovar tecnologiamente e ecologicamente a forma de pensar a Amazônia”, disse.



Formação intelectual



Na opinião de Mangabeira Unger, para se ter qualificação e atividades produtivas avançadas na Amazônia, é necessário que existam pessoas de alta formação intelectual e que aceitem morar longe dos grandes centros urbanos. Ele defendeu um modelo de ocupação da região com baixa densidade demográfica e a melhoria na formação intelectual da população. “Temos que conciliar população dispersa com alto nível de informação”, explicou.



O Ministro ressaltou que é fundamental que seja feito o zoneamento econômico estratégico da Amazônia, definindo como e o quê será produzido na região. Ele defende que o país invista na biotecnologia para melhorar a performance de aproveitamento das florestas, além da utilização de energias alternativas.



Para o deputado Zequinha Marinho (PMDB-PA), se não houver uma quebra de paradigmas, não haverá avanços na região. “Os governos têm sido tímidos. Todo mundo quer preservar a Amazônia, mas ninguém quer contribuir. Acredito que o Ministro, que vem de fora para fazer este trabalho, tenha visão e competência para realizar essa mudança de paradigma”, disse o parlamentar.



O deputado Asdrubal Bentes (PMDB-PA) defendeu a divisão territorial da região. Para ele, as grandes distâncias e a ausência do Estado no interior facilitam o tráfico de drogas, a grilagem de terrras e outras grandes mazelas comuns na Amazônia. Ele disse esperar que este assunto seja pautado no Simpósio e que também seja pauta do novo Ministério.



O Ministério de Mangabeira Unger, recém criado, é encarregado do planejamento estratégico de longo prazo do país, função que envolve desde questões de defesa até o modelo de exploração da Amazônia.



De Brasília
Bety Rita Ramos