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Ato da CMS queima “Veja” na passeata sobre concessões de BH

Centenas de pessoas saíram às ruas de Belo Horizonte, MG, na abertura da Jornada pela Democratização da Comunicação, organizada pela Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS). Além de tratar do controle social nas concessões de TV e rádio, foram

Segundo o presidente da União Estadual dos Estudantes (UEE–MG), Diogo Santos, o que a mídia faz é uma ditadura contra o povo.


 


“Atiramos fogo nos exemplares da revista Veja para simbolizar o nosso repúdio à ditadura da grande imprensa.  Os movimentos sociais se uniram nessa bandeira, pois a democratização dos meios de comunicação é necessária para avançar a democracia do país, especialmente em Minas Gerais, que está sendo afetada por viver sob censura”, declarou.


 


A participação estudantil na manifestação foi expressiva. O diretor da União Colegial de Minas Gerais, Flávio Panetone pediu a quebra do que chamou de monopólio.


“Precisamos democratizar a comunicação. É um absurdo nove famílias controlarem 85% da mídia e 31% das rádios e TV's serem comandadas por políticos, contrariando a constituição”.


 


Já o representante do Coletivo Intervozes, Gésio Passos, cobrou a participação popular em emissoras públicas como a Rede Minas e o novo canal público anunciado pelo governo Federal, chamado de TV Brasil.


 


“Todos os canais são do povo”, gritou Gésio para os manifestantes.


 


Demissões


 


A representante da Corrente Sindical Classista, Celina Areas, denunciou a perseguição que profissionais da comunicação mineira vêm sofrendo.


 


“Muitos jornalistas estão sendo demitidos por intervenção do Aécio Neves, por isso é que o movimento se une para dizer que em Minas não se respira liberdade”, denuciou. 


 


A Associação Brasileira de Rádio Comunitária também subiu no carro de som para deixar seu recado à sociedade. A entidade defendeu que o mais importante é a mobilização dos movimentos sociais em torno do debate da comunicação, para poder pressionar por medidas de controle e pela realização da  Conferência Nacional de Comunicação.


 


Próximos passos


 


Na próxima semana continua a Jornada pela Democratização da Comunicação. Na segunda-feira (8), acontece no Sindicato dos Jornalistas o debate “Ditadura da mídia, até quando?”, com a participação do professor da UnB, Venício Lima, o jornalista Altamiro Borges e o coordenador de comunicação da PUC Minas, Mozahir Salomão. O evento promoverá também o lançamento da revista Princípios, edição 91, que tem como tema o título do debate. Na mesma oportunidade, será lançado o livro de Venício Lima, A mídia nas eleições 2006.


 


Na terça-feira (9/10), acontecerá uma audiência pública na Assembléia Legislativa, convocada pelo deputado estadual Carlin Moura, e que terá como pauta “A democratização dos Meios de Comunicação”. Serão debatedores, João Brant, do Intervozes, José Guilherme, da  Abraço, Beto Almeida, diretor da Telesur e Regina Mota, professora da UFMG.


 


Fechando a Jornada, acontece, também no Sindicato dos Jornalistas, uma homenagem aos 40 anos de morte de Che Guevara.  O debate tem como mote “Che, 40 anos sin perder la terrnura” e terá a participação da representante da embaixada cubana, Maria Emília. Bem ao estilo cubano, depois será servido um coquetel regado à mojito.


 


De Belo Horizonte,
Mariana Areas e Gabriela Nascimento


Foto: Benedito Maia