Campanha estudantil quer mudar a política para mudar o país
Embalados pelo samba de Paulinho da Viola, Rumo dos Ventos, com a irreverência e contundência característica do movimento estudantil, a UNE e a Ubes darão início à campanha ''Mudar a política para mudar o Brasil!''. O lançamento do movimento será
Publicado 05/10/2007 11:36
''Mudar a política para mudar o Brasil!'' é uma mobilização nacional da juventude que tem como eixos condutores do seu manifesto três pontos: mais investimentos na educação, democratização dos meios de comunicação e a construção de uma reforma política, ampla e democrática, que combata a corrupção e faça mais presente o uso dos instrumentos de promoção da democracia, como plebiscitos, consultas populares, audiências públicas, conselhos e conferências.
Para a presidente da UNE, Lúcia Stumpf, a campanha traz para a juventude a perspectiva de mudanças no sistema política brasileiro, ''que lamentavelmente evidenciaram os limites da nossa jovem democracia e das nossas instituições''. Para intervir nos rumos dos ventos, ela destaca também a luta que será empreendida por mais investimento na educação. ''Nosso movimento exige também a derrubada dos vetos ao Plano Nacional de Educação (PNE), que define 7% do PIB para a área'', defende.
Cata-vento
O símbolo adotado pela campanha é o cata-vento, instrumento que na visão dos estudantes aponta o rumo das mudanças: a construção de um verdadeiro projeto de desenvolvimento nacional, com mais distribuição de renda, justiça social e reformas de grande vulto, abrangendo os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, além de setores como a mídia e a Educação.
O manifesto também não poupa os vícios entranhados no dia-a-dia da política brasileira. O texto declara a firme posição dos jovens ao lado dos que exigem apuração imediata de todos os casos de corrupção e a punição dos culpados. As entidades defendem que a saída para a crise virá pela pressão da sociedade civil organizada sobre os poderes instituídos, em todos os níveis, para que se imponha uma nova ordem institucional, transformadora.
''É necessário o financiamento público exclusivo de campanha para equalizar as condições de debate e cortar pela raiz a condenável prática do caixa-dois. É gritante, ainda, a necessidade da fidelidade partidária e do voto em lista, visando fortalecer a discussão em torno de projetos, acima das vaidades e interesses individuais'', diz um trecho do manifesto.
A UNE e a Ubes convocam todos os cidadãos brasileiros que repudiam os lamentáveis episódios lamentáveis ocorridos recentemente e que ferem a nossa democracia para se somarem a esta campanha. ''Com a força da juventude, vamos exigir uma nova política para o Brasil. Nossa indignação com a corrupção vai mudar os rumos dos ventos'', convoca Lúcia.
Abaixo, leia a íntegra do manifesto:
Mudar a política para mudar o Brasil!
Há cerca de cinco séculos, era o vento que decidia quais rumos as embarcações tomavam. Assim o Brasil foi ''descoberto'' e colonizado. Ao longo de sua história, a juventude se fez presente em diversos momentos para garantir importantes mudanças de rumos, e não poderia ser diferente agora, quando episódios evidenciam os limites da nossa jovem democracia e das nossas instituições. É hora de mudar o rumo dos ventos, é hora de impulsionar as mudanças no Brasil! Para mudar a política, é preciso democratizar o Estado brasileiro!
A história de nossa jovem nação é marcada por interrupções do processo democrático e a nossa cultura política tem herança histórica nos privilégios das classes dominantes.
Como o privilégio e a desigualdade são os pais legítimos da corrupção, a construção de uma verdadeira democracia no Brasil exige reformas de grande vulto, abrangendo os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, além de setores como a mídia e a educação. A saída virá pela pressão da sociedade civil organizada sobre os poderes instituídos, em todos os níveis, para que se imponha uma nova ordem institucional, transformadora.
O povo brasileiro já conhece de longa data o sistema de privilégios e corrupção vigente no Brasil: Ditadura Militar, Collor, PC Farias, SIVAM, Pasta Rosa, os anões do orçamento, compra de votos para aprovar reeleição, Eduardo Jorge, privatizações da Vale do Rio Doce e do sistema Telebrás, Cacciola, Valerioduto, denúncias contra governadores, senadores, deputados federais, denúncias de ilegalidades empresariais como o caso Abril-TVA-Telefônica, etc. A UNE e a Ubes declaram sua firme posição ao lado dos que exigem apuração imediata de todos os casos de corrupção e a punição dos culpados!
Para extinguir vícios entranhados no dia-a-dia da política brasileira, é urgente a realização de uma Reforma Política democrática com ampla participação popular. Sua primeira tarefa deve ser atacar o principal elemento que interfere no compromisso de representantes políticos com o povo: o financiamento privado de campanhas eleitorais. Precisamos de financiamento público exclusivo de campanha, para equalizar as condições de debate e cortar pela raiz a comum e condenável prática do caixa-dois. É gritante, ainda, a necessidade da fidelidade partidária e do voto em lista partidária, visando fortalecer a discussão em torno de projetos, acima das vaidades e interesses individuais.
A dinâmica viciada da política em nosso país leva o Executivo, governo após governo, a constituir uma base de apoio parlamentar com base em relações fisiológica, em detrimento, na maior parte das vezes, de uma governabilidade com base no apoio dos movimentos sociais e outros setores da sociedade civil organizada. Por isso, precisamos de profundas reformas, capazes de mudar a dinâmica da política brasileira, desde a eleição dos nossos representantes até a forma de funcionamento das instituições. Rejeitamos o modelo atual e lutamos por uma reforma que radicalize nos instrumentos de promoção da democracia, ampliando a participação popular, com plebiscitos, consultas, audiências públicas, debates, etc. A participação direta da sociedade civil organizada é fundamental para o avanço da democracia. Os conceitos de conselhos e outras instâncias de representação popular devem fazer parte do sistema de decisões do poder central.
Mas para que a população possa intervir no rumo dos ventos, é preciso que haja educação de qualidade para a nossa gente. Não há democracia, desenvolvimento ou justiça sem igualdade de condições. A educação é um pilar fundamental na busca por um novo país. Por isso clamamos pela derrubada dos vetos ao Plano Nacional de Educação (PNE), que define por 7% do PIB para a Educação, com prioridade à qualidade da educação básica e à expansão da universidade pública – e da pesquisa e extensão nela realizadas.
Chegou a hora de mostrarmos ao mundo o outro Brasil; aquele escondido no suor de cada trabalhador e cada trabalhadora que dedica sua vida à construção do país e da sua própria dignidade. Chegou a hora de vermos o verde-amarelo da nossa bandeira estampado no rosto do povo, através de uma nova política! E esta nova política passa pela democratização dos meios de comunicação de massa, espaço privilegiado do debate público. É urgente o estabelecimento de um novo marco regulatório para o funcionamento da comunicação no país, garantindo controle público sobre as concessões de rádio e TV. Precisamos de mais canais, distribuídos mediante critérios claros. Cada brasileiro e cada brasileira tem direito a expressar e publicizar sua opinião. O Brasil precisa que sejam ouvidas as milhões de vozes presas nas gargantas de nosso povo. A sociedade tem direito a uma Conferência Nacional de Comunicação, ampla e democrática, capaz de pautar a nova comunicação, com participação, diversidade, pluralidade e onde a política não seja sinônimo de corrupção.
Por isso defendemos:
• Ética e transparência na gestão pública
• Reforma Política democrática com ampla participação popular; por financiamento público e exclusivo de campanhas, fidelidade partidária, voto em lista partidária;
• Educação pública, gratuita e de qualidade para todos;
• Democratização dos meios de comunicação; CPI da Veja já!
Participe dessa jornada por um novo Brasil! Com nossas idéias e nossos cata-ventos, mudaremos os rumos da política e do país!
17 de outubro – Ato de lançamento da campanha ''Mudar a Política para Mudar o Brasil'' com grande passeata pelas ruas do Rio de Janeiro. Atividades por todo o Brasil. Traga o seu cata-vento e a sua disposição
Leia trecho da música que inspirou a campanha:
''Rumo dos ventos''
(Paulinho da Viola)
A toda hora rola uma história
Que é preciso estar atento
A todo instante rola um movimento
Que muda o rumo dos ventos
Quem sabe remar não estranha
Vem chegando a luz de um novo dia
O jeito é criar um outro samba
Sem rasgar a velha fantasia […]
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