Costa Rica: Líderes sociais minimizam ameaça dos EUA por TLC
Líderes sociais da Costa Rica minimizaram nesta quinta-feira (4) a ameaça lançada pela representante de Comércio Exterior dos Estados Unidos, Susan Shwab, que advertiu aos costarriquenhos que seu governo não renegociará o Tratado de Livre Comércio se este
Publicado 05/10/2007 13:50
Partidários da não-aprovação do TLC asseguraram numa entrevista coletiva que as declarações de Shwab “não são nada novo”. Juan Manuel Villasuso, um dos líderes do movimento, disse também que “uma vitória do 'NÃO' seria muito mal vista pela administração do governo Bush”.
No próximo domingo cerca de 2,6 milhões de costarriquenhos irão decidir se ratificam ou não o TLC com os EUA. Entre os países da América Latina, apenas a Costa Rica ainda não deu sinal verde para o tratado.
A representante norte-americana deu mais argumentos para sua declaração, dizendo que tratou-se apenas de um esclarecimento. “Especulou-se no país que os EUA simplesmente renegociariam os termos do acordo ou então que negociaria um no acordo bilateral com a Costa Rica se o TLC for rechaçado. E não é esse o caso”, afirmou.
Para os líderes sociais, no entanto, as palavras de Susan Shwab são um esforço de última hora para fortalecer a idéia do TLC, que beneficia somente aos EUA, e não a Costa Rica. “Querem assustar de novo para contestar os resultados de um movimento popular que começa a ficar evidente nas pesquisas”, disse Villasuso.
A dois dias do referendo, a última pesquisa divulgada pela imprensa do país mostra que o “NÃO” contra com o apoio de 55% dos costarriquenses. O “SIM” tem 43% e 2% ainda estariam indecisos.
Contradição nos EUA
A funcionária norte-americana disse também que nunca antes algum sócio comercial de seu país se posicionou contra algum acordo bilateral com os EUA. “Teremos que verificar como ficará esse relação posteriormente”, disse, em tom considerado como ameaça pelos líderes do “NÃO”.
Também a respeito dessa declaração Villasuso não se mostrou impressionado. Ele definiu Shwab como “uma funcionária de segundo nível” e lembrou que a decisão final sobre o TLC recai sobre o Congresso dos Estados Unidos, que, agora sob maioria dos Democratas, não tem visto com bons olhos esse tipo de acordo com países latino-americanos.
Além disso, as lideranças sociais crêem que o Partido Democrata elegerá o próximo presidente dos EUA, condição que, de acordo com Villasuso, minimiza ainda mais a importância das palavras de Shwab.
Fonte: TeleSul