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Cuba: Dispara procura por livros e souvenires de Che Guevara

A imagem e a mensagem do guerrilheiro argentino Ernesto Guevara, o “Che”, um dos líderes da Revolução Cubana (1959), continua a atrair a curiosidade de milhares de turistas que viajam a Cuba. Mas neste momento, quando são lembrados os 40 anos da morte, di

Se a ilha caribenha, em quase meio século de socialismo, não ergueu uma estátua sequer do líder Fidel Castro, a imagem de Che surge em todos os cantos. Camisetas, bonés, pôsteres, calendários e chaveiros com o rosto do guerrilheiro são maciçamente procurados em hotéis, praças e museus a estrangeiros.


 


“Qualquer coisa que tenha o Che vende”, afirmou uma vendedora de souvenires de um hotel em Havana. “Os que mais compram isso são os turistas estrangeiros, apesar de jovens cubanos também os adquirirem quando podem.” A imagem do guerrilheiro é controlada pela viúva, Aleida March, e pelos filhos dele a partir o Centro de Estudos Che Guevara, instalado na capital cubana.


 


As barracas públicas de artesanato oferecem desde camisetas brancas, pretas ou vermelhas com a imagem de “Che” até desenhos mais elaborados que misturam a foto do guerrilheiro com um texto célebre: a carta na qual ele se despediu de Fidel antes de viajar à Bolívia, onde acabou sendo morto, em 9 de outubro 1967.


 


“Aprendemos a gostar de você”, afirma uma camiseta com o rosto de Guevara. Por US$ 9, os turistas podem levar um CD multimídia com O Diário de Che na Bolívia ou um DVD sobre a vida dele. Muitos dos discursos e textos escritos por Guevara também estão à disposição em Havana. Um exemplar do livro Socialismo y el Hombre en Cuba, considerado o testamento político do guerrilheiro, custa US$ 13 na loja do hotel Habana Libre.


 


“Che” na pele


 


Os turistas mais fanáticos não saem de Havana sem antes tatuarem a famosa fotografia de Guevara tirada pelo cubano Alberto Díaz (Korda) e reproduzida até o esgotamento planeta afora. As tatuagens podem custar entre US$ 10 e US$ 30, variando de preço segundo o tamanho, as cores e a complexidade do desenho.


 


Che Alejandro Pando é um dos tatuadores mais famosos de Cuba. Conta que a busca por imagens de Guevara atinge tanto adeptos dos socialismos quando do modismo. “Há pessoas que chegam aqui em busca da imagem do Che sem saber realmente quem ele foi e nem o que fez. É como comprar um maço de cigarros” lamenta Pando.


 


“Os estrangeiros que são comunistas dizem assim: 'Vou até a Cuba socialista, sou rebelde, vou fazer uma tatuagem do Che e voltarei orgulhoso para o meu país'”, acrescenta. “Che Guevara vai estar na moda sempre porque a imagem dele é muito conhecida.”