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Organização do PCdoB busca novo discurso para próximo período

Está acontecendo nesta sexta-feira e sábado, dias 5 e 6, a terceira reunião da Comissão Nacional de Organização Plena. O tema central é a construção partidária na atual realidade, tendo em vista a conjuntura política e o grande crescimento que o PCdoB

A intenção é que o debate resulte em propostas a serem levadas às instâncias superiores do partido: Comissão Política Nacional e Comitê Central. Tais sugestões devem levar o partido a elaborar novas formas de se trabalhar a organização e a estruturação aproveitando o bom momento pelo qual o PCdoB passa.


 


 


O desafio é incorporar a nova militância nas bases do partido e as novas lideranças nas estruturas de direção, sem que se perca a identidade que tem garantido ao PCdoB coerência e independência, num período, iniciado com a eleição de Lula em 2002, de apoio crítico ao governo, com autonomia política. 


 


 


Os números demonstram o crescimento do PCdoB. Nos âmbitos do Executivo e do Legislativo, o partido saltou de 10 prefeitos eleitos para 32. Em 2004, o PCdoB elegeu 273 vereadores e hoje conta com 397. No que diz respeito à militância, o partido tem como meta para este ano a mobilização de 91.085 pessoas em 1.884 conferências municipais,  um incremento de 30% em relação a 2005, quando foram mobilizados 69.638 militantes em 1.364 cidades. A hora agora é de fazer do PCdoB um partido não apenas maior, mas com mais organicidade.


 


 


Alternativa à esquerda


Tratando da conjuntura política nacional, Walter Sorrentino, secretário de Organização do PCdoB, explicou inicialmente que um dos aspectos que levaram o partido a esse novo patamar é o novo desenho das esquerdas. O PT, a partir do segundo mandato do presidente Lula, se aproximou do espectro central da cena política, dialogando mais com o PMDB do que com os partidos de esquerda.


 


 


Nesse vácuo, o PCdoB, visto como partido autônomo e coerente no meio político, passou a ser visto como alternativa real da esquerda. “O partido se reposicionou para ocupar mais esse espaço e teve seu protagonismo bastante acentuado especialmente a partir da reeleição de Lula e da disputa pela presidência da Câmara”, disse. Sorrentino chamou atenção também para o Bloco de Esquerda. “O bloco conferiu maior ação política para o partido”.


 


 


Um sinal positivo do crescimento do PCdoB está no planejamento da tática eleitoral para 2008. “Começamos com perspectivas menores e o partido, como um todo, respondeu bem. Agora, devemos lançar candidatos a prefeito em 357 cidades das quais 17 são capitais e 65 têm mais de 100 mil habitantes. Pode ser que nem todas estas candidaturas se viabilizem, mas sinalizam que o partido está se descomprimindo com relação aos cargos majoritários e não se coloca mais apenas como aliado do PT”. Além disso, o PCdoB deverá lançar vários milhares de candidatos a vereador.


 


 


Sorrentino também chamou atenção para a importância que a construção da nova central classista tem para ampliar a participação dos comunistas entre os trabalhadores. “A idéia obteve consenso total no partido. Isso revoluciona a ação política do PCdoB junto aos trabalhadores. É mais uma alavanca para o partido”.


 


 


Novo discurso


Para este novo momento vivido pelo PCdoB, propõe-se o princípio de “mais vida partidária”, no sentido de incorporar de fato os novos contingentes e valorizar a efetiva vida partidária como fator distintivo do PCdoB e conferir maior espírito militante ao trabalho partidário.


 


 


Para isso, dentro das três linhas de acumulação de forças do partido – maior inserção social, maior participação no Legislativo e no Executivo e ampliação da participação na luta de idéias – a Organização sugere a articulação de ao menos cinco pontos. O primeiro, tornar o partido mais conhecido da população por meio de um projeto eleitoral majoritário avançado e da constituição de uma central sindical ampla e combativa. O segundo, cuidar mais e melhor do partido.


 


 


Outro ponto é fortalecer o sentido estratégico da acumulação de forças com as três linhas de acumulação, articuladas entre si e sem unilateralidades. Em quarto, fazer com que todos os quadros se ocupem da vida partidária onde quer que atuem e, por último, valorização da militância.


 


 


Neste aspecto, o da valorização da militância, propõe-se o desenvolvimento de mais liames entre militantes do partido, organizando em maior nível a atividade militante, não deixando ninguém sem tarefas no partido, fazendo dos quadros intermediários pivôs desse esforço e investindo de maneira concentrada em formação e comunicação.


 


 


“O partido foi muito feliz nesse reposicionamento político que vem construindo. Os resultados saltam aos olhos e vêm ampliando o prestígio do PCdoB e trazendo novos nomes. Estamos realmente ocupando um outro espaço na esquerda”, ressaltou Sorrentino.


 


 


A reunião continua hoje com a discussão do 6º Plano de Estruturação Partidária. No sábado, as discussões continuam e serão debatidos também a nova página do PCdoB na internet e o trabalho com os quadros partidários.


 


 


Participam da reunião Walter Sorrentino, secretário de Organização; Adalberto Monteiro, secretário de Formação; André Bezerra, membro do Comitê Central e da secretaria de Organização; Oswaldo Napoleão e Elaine Guimarães, da secretaria de Organização e os secretários de Organização da Bahia, Egberto Magno; de Pernambuco, Maksandro de Souza;  do Maranhão, Etelvino Oliveira; de Minas Gerais, Richard Romano; de São Paulo, Gilmar Tadeu; do Rio Grande do Sul, Daniel Sebastiani; do Rio de Janeiro, Uirtz Sérvulo; do Ceará, Abel Rodrigues e a assessora técnica da CNO, Valéria Duarte.