Revista Veja é queimada em BH na passeata por democracia na mídia
Centenas de pessoas saíram às ruas de Belo Horizonte, na abertura da Jornada pela democratização da comunicação, que é organizada por praticamente todas as entidades sociais de Minas. Além de tratar do tema nacional, sobre o controle social nas concess
Publicado 05/10/2007 19:09 | Editado 04/03/2020 16:52
Segundo o presidente da União Estadual dos Estudantes (UEE–MG), Diogo Santos, o que a mídia faz é uma ditadura contra o povo, “atiramos fogo nos exemplares da revista Veja para simbolizar o nosso repúdio à ditadura da grande imprensa. Os movimentos sociais se uniram nessa bandeira, pois a democratização dos meios de comunicação é necessária para avançar a democracia do país, onde especialmente Minas Gerais está está sendo afetada por viver sob censura”.
A participação estudantil na manifestação foi expressiva. O diretor da União Colegial de Minas Gerais, Flávio Panetone pediu a quebra do que chamou de monopólio, “precisamos democratizar a comunicação. É um absurdo nove famílias controlarem 85% da mídia e 31% das rádios e TV's serem são comandadas por políticos, contrariando a constituição”. Já o representante da Intervozes, Gésio Passos, cobrou a participação popular em emissoras públicas como a Rede Minas e o novo canal público anunciado pelo governo Federal que vem sendo chamado TV Brasil. “Todos os canais são do povo”, gritou Gésio para os manifestantes.
Demissões
A representante da Corrente Sindical Classista, Celina Areas, denunciou a perseguição que profissionais da comunicação mineira vêm sofrendo, “muitos jornalistas estão sendo demitidos por intervenção do Aécio Neves, por isso é que o movimento se une para dizer que em Minas não se respira liberdade.”
A Associação Brasileira de Rádio Comunitária também subiu no carro de som para deixar seu recado à sociedade. A entidade defendeu que o mais importantev é a mobilização dos movimentos sociais em torno do debate da comunicação, para poder pressionar por medidas de controle e pela realização da Conferência Nacional de Comunicação.
Próximos passos
Na próxima semana continua a Jornada pela democratização da Comunicação. Na segunda-feira (0810), acontece no Sindicato dos Jornalistas o debate “Ditadura da mídia, até quando?”, com a participação do professor da UNB, Venício Lima, o jornalista Altamiro Borges e o coordenador de comunicação da PUC Minas, Mozahir Salomão. O evento promoverá também o lançamento da Revista Princípios, edição 91, que tem como tema o título do debate. Na mesma oportunidade, será lançado o livro de Venício Lima, “A mídia nas eleições 2006”.
Na terça-feira (9/10), acontecerá uma audiência pública na Assembléia Legislativa, convocada pelo deputado estadual Carlin Moura, e que terá como pauta “A democratização dos Meios de Comunicação”. Serão debatedores, João Brant, da Intervozes, José Guilherme, da Abraço, Beto Almeida, diretor da Telesur e Regina Mota, professora da UFMG.
Fechando a Jornada, acontece, também no Sindicato dos Jornalistas, uma homenagem aos 40 anos de morte de Che Guevara. O debate tem como mote “Che, 40 anos sin perder la terrnura” e terá a participação da representante da embaixada cubana, Maria Emília. Bem ao estilo cubano, depois será servido um coquetel regado a mojito.
De Belo Horizonte,
Mariana Areas e Gabriela Nascimento
Foto: Benedito Maia