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Somos 184 milhões; crescemos mais nos estados menos populosos

O Brasil tinha em abril passado 183.888.841 habitantes, segundo o IBGE, que divulgou nesta sexta-feira (5) os números da Contagem da População 2007. Na contagem de 1996, eram 25 milhões a menos, um crescimento de 16,1% em 11 anos. Nos próximos 50 anos, pe

Observe o mapa e a tabela ao lado: dos sete estados mais populosos do país, apenas a população de São Paulo ainda cresceu ligeiramente acima da média nacional. Todos os outros seis cresceram abaixo da média, alguns bem abaixo, como a Bahia e o Rio Grande do Sul.



Não houve mudança nas 14 primeiras colocações



Em contraste, o crescimento populacional mais forte aconteceu nos lanterninhas do ranking das unidades da Federação. A população do Acre 25º colocado, aumentou 35,2%; a do Amapá, 26º lugar, cresceu 54,2%; e a de Roraima, o mais escassamente povoado, subiu 59,5%.



Ocorre que o boom demográfico dos pequenos incide sobre uma desigualdade populacional muito grande entre os estados. São Paulo, conforme a contagem do IBGE, tem mais de 100 vezes mais gente do que Roraima.



Por isso as mudanças de ritmo quase não chegaram a influir nas colocações no ranking. Os 14 estados mais populosos não se moveram uma só posição entre 1996 e 2007. A primeira mudança ocorreu no Amazonas, que subiu três posições, do 18º para o 15º lugar. Ao passo que o Mato Grosso do Sul recuava uma posição.



“Dentro de uns 50 anos teremos uma redução da população”



O ritmo de crescimento da população do país como um todo vem caindo desde os anos 50 do século passado, quando ela chegou a crescer 34,9% em uma década. Uma das causas foi a rápida urbanização, que hoje atinge um índice de 87% da população total.



O presidente do IBGE, Eduardo Nunes, disse que por volta de 2060 a população deve parar de crescer e começar a diminuir.  Ele atribuiu o fenômeno à queda na taxa de fecundidade, principalmente nas zonas rurais das cidades do interior e no Nordeste.  “Até a década de 60 deste século, a população brasileira continuará crescendo, mesmo que num ritmo menor. Mas dentro de uns 50 anos teremos uma redução da população”, disse Nunes em entrevista à Globo News.



A contagem não interessa apenas aos estudiosos. O IBGE enviou a contagem da população dos 5.564 municípios brasileiros para publicação no Diário Oficial da União. Depois de eventuais contestações e da sua consolidação, os números servirão como  base de cálculo das quotas do Fundo de Participação dos Municípios (FPM).



Relógio da população do IBGE estava 5 milhões adiantado



A Contagem da População é diferente do Censo Demográfico, que costuma ocorrer a cada 10 anos (exceto em 1990, quando o governo Collor não realizou o Censo. Na contagem, alguns dos números são estimados.



Mesmo assim ela permite uma medida bastante precisa da população brasileira. Mostrou, por exemplo, que o “Popclock”, relógio com a estimativa da população do país que fica na primeira página do site do IBGE (http://www.ibge.gov.br), estava mais de 5 milhões de habitantes adiantado quando apontava nesta sexta uma população atual de 189,7 milhões.



A contagem especificou também a população de cada município (através de estimativa no caso dos municípios mais populosos). As metrópoles de São Paulo e Rio de Janeiro mantiveram a primeira e a segunda colocações, com 10,8 e 6,1 milhões de habitantes respectivamente. Mas ambas tiveram forte queda no ritmo de crescimento de suas populações. A seguir vêm Salvador, Brasília, Fortaleza e Belo Horizonte, com populações que aumentam rapidamente, enquanto Recife e Porto Alegre perderam posições. O município com menos habitantes é Borá (SP), onde o IBGE contou 804 pessoas.



Contagem usou 82 mil computadores de mão



O IBGE utilizou tecnologia do século 21 para proceder à contagem de 2007. A grande inovação tecnológica foi o uso  de 82 mil computadores de mão (PDAs) pelas equipes de campo.  Os PDAs trouxeram inúmeras vantagens, como a possibilidade de crítica em tempo real dos dados coletados, permitindo a correção da informação prestada no ato da entrevista.



Dotados de equipamentos de GPS (Global Positioning System ou Sistema de Posicionamento Global), os pequenos computadores possibilitaram a exata localização dos recenseadores nas áreas de coleta, bem como a captação precisa das coordenadas geográficas de estabelecimentos e domicílios da zona rural. As vantagens da coleta eletrônica foram inúmeras, principalmente no que diz respeito à rapidez e agilidade nas entrevistas, processamento das informações recolhidas e comunicação dos resultados. A rede de coleta do IBGE contou com 1.111 pontos com microcomputadores e acesso à internet por banda larga, 700 deles com transmissão via satélite.



Da redação, com IBGE e agências



Clique aqui para ver os números da Contagem da População 2007 em cada um dos municípios brasileiros.