Che Guevara é homenageado em Fortaleza

Câmara Municipal de Fortaleza promoveu nesta sexta-feira, 5, no auditório Ademar Arruda, uma Sessão Solene para homenagear o líder guerrilheiro argentino Ernesto Che Guevara assassinado em 09 de outubro de 1967 em Higueras/Bolívia.

A sessão foi aprovada para atender um requerimento do vereador José Maria Pontes (PT). “Che Guevara é hoje cidadão do mundo e, pode ser comparado a grandes outros nomes como madre Teresa de Calcutá, Dom Hélder Câmara, Francisco (Chico) Cândido Xavier”, comparou Pontes.


 


Para o ato marcaram presenças Reinaldo Feijoo, representante do Instituto Cubano para Amizades com os Povos (ICAP); Olga Nunes, da Associação de Amigos de Cuba; Antônio Ibiapina, diretor da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e, Messias Pontes, do Sindicato dos Jornalistas do Estado do Ceará., além de outras entidades ligadas aos movimentos sociais inspirados pelos ideais de Che Guevara.


 


 


TRAJETÓRIA – O vereador José Maria Pontes ao abrir a solenidade fez um relato sobre a trajetória do homenageado, onde destacou pontos importantes desde a infância e as lutas que o transformaram numa referência na América Latina e, no mundo. “Mesmo sendo asmático, Che Guevara foi um aluno de grande potencial até concluir a faculdade de medicina. A partir daí, mudou totalmente o seu modelo de pensar após uma viagem que fez de 4 mil 700 quilômetros por toda a América Latina”, resumiu.


 


 


A viagem de Ernesto Che Guevara recentemente foi retratada no filme “Diários de Motocicleta”, do brasileiro Walter Sales. “A cabeça de Guevara mudou radicalmente a partir dessa viagem e, também os conceitos sobre a vida. Ele defendia o socialismo puro após observar o comportamento de índios, camponeses, mineiros e situação de outras etnias na América Latina. O sentimento da igualdade se tornou, portanto, a principal bandeira de luta do médico. O objetivo dele passou a ser integrado por essa justiça”, relatou o parlamentar do Partido dos Trabalhadores.


 


 


Ao continuar a discorrer sobre Ernesto Guevara, José Maria Pontes, manifestou opinião de que a participação do líder guerrilheiro na Revolução Cubana foi primordial para a derrubada de Fulgêncio Batista do posto de ditador em Havana. “A história conta que sem a presença de Che ao lado de Fidel Castro a revolução poderia ser contada de forma diferente. O reconhecimento da participação de Guevara na revolução pode ser vista com os cargos de destaque que lhe foram confiados pós-revolução: ministro da Agricultura, diretor do Banco de Cuba, ministro da Indústria e Comércio e, interlocutor direto de Castro”, disse Pontes.


 


 


Há registro da passagem de Che Guevara no Brasil no ano de 1961, quando foi distinguido pelo então presidente Jânio Quadros com a Ordem Cruzeiro do Sul, uma das mais importantes honrarias oferecidas pelo governo federal a personalidades. Segundo assinala José Maria, a preocupação de Guevara pode ser refletida por conceitos de luta em favor do povo. “A argila fundamental da nossa obra é a juventude”. Um vídeo com as principais frases cunhadas por Che Guevara, e fatos marcantes desde o nascimento até a morte foi mostrado aos presentes ao ato.


 


 


Ao se pronunciar sobre o homenageado, o jornalista Messias Pontes, fez duras críticas ao comportamento de grupos que detém concessões dos meios de comunicação e, tendo com alvo: a Globo. “Vivemos a ditadura midiática, comandada pela Globo que não presta um serviço de informação à população. Defendemos uma revisão no processo de concessão que hoje está em vigor no país. O Che Guevara lutou contra as ditaduras, por isso, os ensinamentos dele estão mais vivos do que nunca hoje”, disse. Ao encerrar a participação, Messias criticou a matéria da revista IstoE que mostra como matéria principal o líder Ernesto Che Guevara, a qual chama de farsante.


 


 


Por sua vez, Reinaldo Feijoo, em depoimento destacou a força da liderança de Che Guevara que outrora restrito à América Latina, ultrapassa outras fronteiras. “A homenagem que hoje está sendo prestada aqui (Câmara) também acontece em outras partes do mundo. Guevara hoje é cidadão do universo. Enquanto isso, nós (cubanos) temos como paradigma o líder Fidel Castro”, assinalou.



 
 
Fonte: Camara Muncipal de Fortaleza