Paulo Renato pede aval do Bradesco para publicar artigo

O jornal Folha de S. Paulo revelou que o deputado federal Paulo Renato, do PSDB, ao escrever um artigo contrário à incorporação do Banco do Estado de Santa Catarina (Besc) pelo Banco do Brasil, submeteu-o antes ao crivo de Márcio Cypriano, presidente do B

O ex-ministro da educação, por descuido, ao remeter o texto de ''Tentáculos da reestatização'' para publicação na Folha, manteve a troca de correspondência anterior. ''Em anexo, vai o artigo revisto. Procurei colocá-lo dentro dos limites do espaço da Folha. Por favor, veja se está correto e se você concorda, ou tem alguma observação. Muito obrigado, Paulo Renato Souza'', é o conteúdo da mensagem revelada pelo periódico. 


 


O Banco do Brasil impediu a privatização do Besc ao assumir o pagamento de R$ 250 milhões e ficar com a folha de pagamentos dos servidores de Santa Catarina e a movimentação financeira daquela instituição. Ocorre, então, o choque de interesses com o Bradesco, do qual o deputado tucano resolveu ser porta voz político contra o Estado.


 


A maior instituição financeira privada do país ganhou, em leilão realizado no ano passado, a folha de pagamento de Santa Catarina, mas a decisão foi questionada pela União e impedida de ser executada pelo STF. Vem daí a grita do Bradesco -não ter conseguido avançar seus ''tentáculos'' sobre o banco que já foi patrimônio dos catarinenses e desde sexta feira última passou ao BB.


 


Paulo Renato nega ter verbalizado os interesses do Bradesco e alega à Folha que apenas ''pedi ajuda para ele [Márcio Cypriano] para ver se não estava dizendo uma barbaridade sobre os temas que estava tratando''. Ainda que se admita que um deputado federal e ex-ministro de Estado saia por aí escrevendo sobre o que nada entende, correndo riscos de dizer ''barbaridades'', não teria sido mais fácil buscar na seara tucana uma assessoria econômica? Fica a pergunta sem resposta.


 


Ao que parece, mesmo a contragosto das instituições financeiras privadas, as incorporações de bancos estaduais devem prosseguir. Noticia-se que os próximos da lista devem ser o Banco do Piauí e o BRB, de Brasília.


 


Com agências, Fernando Borgonovi