PC Chinês debate reforma política e renova sua liderança
Um dia antes de inaugurar seu 17º Congresso, o Partido Comunista chinês enfatizou neste domingo (14) que ainda permanece relevante em meio às transformações sociais aceleradas que tomam conta do país. Segundo informa a maior legenda do mundo — com 72 milh
Publicado 14/10/2007 19:00
“A reforma política é um componente importante de nossa reforma ampla. Temos avançado ininterruptamente”, afirmou Li Dongsheng, porta-voz nomeado por ocasião do 17º Congresso. Em entrevista com jornalistas, Li ressaltou o partido “dá ênfase em manter bem alta a bandeira do socialismo com características chinesas”. E deixou claro: “Nós jamais copiaremos o modelo do sistema político ocidental”
A legenda quer aprofundar o processo de democratização interna. Nesse sentido, Li confirmou que haverá mais candidatos do que cadeiras no Comitê Central de decisões do PC. Os quadros do partido se ampliaram consideravelmente nesta década, quando passou a admitir mais membros da sociedade. Empresários, por exemplo, podem se filiar ao partido desde 2002. “Muitos jovens assim como muitos homens de negócios são candidatos entusiastas a se tornarem membros do partido”, afirmou Li.
Pelo menos 1.500 empresários já ingressaram no PC. “Se nós fizemos um bom trabalho em admitir novos membros do partido vindos do setor privado, seremos capazes de ampliar o fundamento popular do nosso e aumentar a influência e coesão do partido através da sociedade”, acrescentou o porta-voz.
Sucessão
O 17º Congresso, mais importante reunião do PC chinês nos últimos cinco anos, reunirá 2.217 delegados. Um dos pontos em debate será a escolha do líder comunista que poderá suceder o presidente Hu Jintao em 2012. As principais teorias de Hu para o socialismo chinês — “desenvolvimento científico” e “harmonia social” — devem ser inclusas na constituição do partido.
Esses dois conceitos orientam sua gestão desde o início, em 2002. “Desenvolvimento científico” se baseia num desenvolvimento econômico balanceado, que não leve a problemas como poluição ou ampliação do fosso entre ricos e pobres. É, em resumo, uma maior preocupação com questões sociais e ambientais, além da busca de um desenvolvimento mais equilibrado do ponto de vista regional.
Nos últimos anos, sob orientação do PC, a China ampliou consideravelmente suas iniciativas em benefício da população mais pobre. Houve, por exemplo, o fim de impostos e de mensalidades escolares cobrados das famílias de camponeses, que ainda são 52% da população chinesa. Ao mesmo tempo, as ruas das grandes cidades têm um número crescente de migrantes rurais.
Na área econômica, a China continua a apresentar índices impressionantes. Só neste ano, deverá registrar um superávit comercial de US$ 300 bilhões — ou 10% do PIB. As intervenções levaram as reservas externas ao recorde de US$ 1,4 trilhão.