Sindicalistas anunciam a Central dos Trabalhadores do Brasil
Por André Cintra
O Movimento por uma Central Classista e Democrática já sabe como sua entidade se chamará. O nome – Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB) – foi anunciado nesta segunda-feira (15), em ato público realizado na sede do Sindicato dos Ma
Publicado 15/10/2007 23:33
“Apareceram várias propostas”, diz Wagner Gomes, presidente eleito do Sindicato dos Metroviários e um dos líderes do grupo pró-central. “Mas CTB é uma marca forte e caiu nas graças da coordenação do movimento.” Na América Latina, já existem as centrais dos trabalhadores da Argentina (CTA), de Cuba (CTC) e do Equador (CTE) – o que influenciou no batismo da “irmã” brasileira.
Wagner explica, porém, que o nome não é definitivo. “Ele precisa ser referendado no congresso de fundação da central.” Esse histórico encontro, marcado para 12, 13 e 14 de dezembro, ocorrerá em Belo Horizonte (MG). “Até aqui, a missão foi muito bem cumprida. Muitos sindicalistas participaram do ato de lançamento, e a imprensa acompanhou. Esperamos que esse sucesso se repita no congresso”, completa Wagner.
O manifesto pela criação da CTB já conta com o apoio de 670 presidentes de sindicatos, com destaque para líderes de federações de trabalhadores. Até o momento, o número surpreendeu. Tanto que, pelas contas do movimento, é provável que a central nasça, em dezembro, com um total de mil adesões.
Mas, antes mesmo de a CTB ser criada, suas lideranças e bases se engajarão na Marcha da Classe Trabalhadora, no dia 5 de dezembro, em Brasília (DF). A manifestação – a quarta do gênero – foi convocada, em conjunto, pelas centrais sindicais. A principal bandeira de luta, neste ano, será a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, sem redução de salário.
Pela unidade
O lançamento da central mostrou a força e o pluralismo do movimento. O anfitrião Antônio Lopes, presidente do Sindicato dos Marceneiros, abriu os discursos e disse estar certo de que “a nova central trará uma esperança e mudança de rumo para o sindicalismo”.
A mesa do ato foi composta por representantes de federações de trabalhadores e das tendências Corrente Sindical Classista (CSC) e SSB (Sindicalismo Socialista Brasileiro, ligado ao PSB). Lideranças de tendências petistas aderiram. Também marcaram presença o deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB-SP), o secretário-geral da Contag, David Wylkerson Souza, além do professor universitário e líder sem-terra Marcelo Buzetto.
“Esse ato não é contra ninguém. Queremos a unidade de movimento sindical e criaremos a central em nome dos trabalhadores e das trabalhadoras do Brasil”, garantiu Joilson Cardoso, secretário sindical do PSB.
“Nosso desafio é convocar uma nova Confederação das Classes Trabalhadoras para firmar uma pauta conjunta de lutas com todas as centrais”, disse João Batista Lemos, coordenador nacional da CSC. “Se fizemos isso durante a ditadura militar, por que não podemos fazer agora, que temos um operário na Presidência?”