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Ideli: sucessão pode esquentar o clima mais uma vez no Senado

Diferente do que vem sido propalado por alguns setores da imprensa, a licença do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), da presidência do Senado, não trouxe à tona o debate sobre a questão sucessória. Esse tema, segundo a líder do PT, senadora Ideli Salvati (

A senadora acha que os oposicionistas viram nos problemas do presidente licenciado uma oportunidade ótima para colocar na presidência do Senado, e do Congresso, alguém da oposição ou que fizesse o trabalho de prejudicar ou dificultar a governabilidade do presidente Lula. Ideli entende, inclusive, que uma das coisas que mais contribuiu para a votação positiva pela absolvição do senador Renan foi o anúncio, na véspera da votação, do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) de que o candidato da oposição à presidência da Casa era o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE).


 


“Quando na véspera do processo de votação de um julgamento da questão de quebra de decoro, o principal líder da oposição coloca a questão sucessória, isso representa que não está sendo discutida a ética”. A senadora diz que é a mesma coisa que falar: “Nós não estamos fazendo julgamento. O que nós estamos fazendo é disputa de poder e o nosso candidato para ocupar a cadeira da presidência é o senador Jarbas Vasconcelos. Se isso se repetir, obviamente que o clima esquenta de novo”.


 


A parlamentar petista avalia que qualquer questão em relação à sucessão irá esticar mais uma vez a corda e “poderemos ter a repetição de situações que nós vivenciamos”. “Eu espero que a oposição não cometa mais uma vez esse erro. Colocar a questão sucessória, nesse momento, é colocar mais uma vez o carro na frente dos bois. Precisamos colocar a Casa para andar, para as votações acontecerem e os processos correrem com justiça e celeridade no Conselho de Ética”, disse Ideli.


 


Presidência


 


O presidente interino do Senado, Tião Viana, definiu na manhã desta terça-feira (16) como um prejuízo concreto ao Senado a idéia de discutir agora a sucessão do presidente Renan Calheiros, licenciado da Casa desde a última quinta-feira. Tião disse que os senadores têm o dever de pensar primeiro na instituição, que, neste momento, está ''agonizando'' em termos de credibilidade perante a opinião pública.


 


''Não sou candidato em hipótese alguma. Entendo que só tenho que pensar no mandato-tampão que estou cumprindo, que é essa interinidade de 45 dias. Renan Calheiros tem o direito de retornar à Presidência na hora que quiser ou após os 45 dias. E acho completamente inoportuno o debate sobre sucessão, porque, se nós queremos pacificar o Senado, não podemos abrir o espaço para disputas de grupos e interesses que venham a prejudicar uma agenda legislativa que é vital para recuperar a imagem da instituição'', ressaltou.


 


Sucessão


 


O temor da senadora Ideli, e do senador Tião Viana, já é consumado no Senado. Parlamentares de oposição e da base governista já traçam estratégias para uma provável nova eleição para a presidência do Senado. A ação mais ofensiva parte do presidente do PSDB, que vetou o nome do ex-presidente José Sarney (PMDB-AP) para a sucessão do senador Renan Calheiros.


 


A oficialização da demissão dos dois principais assessores diretos de Renan desde que ele assumiu a presidência – Weiler Diniz, da secretaria de comunicação, e Douglas De Felicce, da assessoria de imprensa -, e o fato de Renan ter dito a Tião Viana (PT-AC), presidente em exercício da Casa, que vai deixar a residência oficial, reforçam o debate sobre a sucessão. 


     


Líderes


 


Medidas provisórias, indicação de autoridades e reforma política estão na pauta de votações negociada nesta terça-feira (16) pelos líderes partidários para acabar com a paralisia que marca a instituição desde o início da crise Renan, há cinco meses.



Na sessão de hoje, que teve início às 17h, estão sendo votadas duas medidas provisórias e a indicação de nove autoridades para embaixadas e agências reguladoras. Serão votadas as MPs 381 e 383, que juntas, prevêem a liberação de mais de R$ 7 bilhões de recursos orçamentários para diversos ministérios aplicarem em obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Dentre as autoridades, esperam nomeação três embaixadores e diretores da Agência Nacional de Saúde (ANS), Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transporte (DNIT).


 



De Brasília
Alberto Marques
Com agências