Usina de ondas:  Protótipos chegam em 2008

Uma tecnologia desenvolvida em parceria entre as universidades federais do Ceará (UFC) e do Rio de Janeiro (UFRJ) representa mais uma alternativa de diversificação para a matriz energética do Estado. Trata-se da exploração da energia de ondas, que se util

O Complexo Portuário e Industrial do Pecém deve receber o primeiro protótipo deste tipo de equipamento ainda no ano que vem. De acordo com Segen Estefen, coordenador do Laboratório de Tecnologia Submarina da Coppe (Coordenação dos Programas de Pós-graduação em Engenharia), vinculada à UFRJ, serão instaladas duas pequenas unidades, cada uma com capacidade para gerar 50 quilowatts (KW). O aporte global de recursos projetado chega a US$ 3 milhões.


 


 


Segundo ele, o projeto está em fase de definição final dos termos do convênio entre UFRJ, UFC, Eletrobrás e Governo do Estado e do cronograma de execução da empreitada, a ser iniciada ainda em 2008.


 


 


Por três anos, apenas estas duas estarão em operação para testes e medições da eficiência do modelo. Este período situará melhor os pesquisadores quanto á eficiência do modelo e sua viabilidade. Apenas após esta observação, será formatada a utilização comercial.


 


 


Por enquanto, Estefen projeta que o custo necessário para disponibilizar 1 MW deste tipo de energia beire os US$ 2,5 milhões. O pesquisador reconhece que o valor é elevado, sobretudo quando comparado a outras fontes limpas, e também tidas como caras, como a energia eólica, que requer aportes de US$ 1,5 milhão para instalar a mesma capacidade.


 


 


No caso específico do Ceará, Estefen ressalva que a freqüência de movimentação marítima faz com que a constância na geração energética seja maior do que na eólica. Como ambas as matrizes dependem de um comportamento da natureza, a periodicidade de suas manifestações determina qual a geração final atingida.


 


 


No caso da energia eólica, por exemplo, seria necessário que os ventos estivessem sempre em velocidade máxima e nunca deixassem de soprar para que os moinhos atingissem sua produção nominal. Como isto é impossível, aplica-se o chamado fator de capacidade, indicativo do rendimento efetivo da fonte em relação ao seu potencial total. Os projetos cearenses que vêm com a chancela do Proinfa têm rendimento oscilando entre 15% e 30%.


 


 


Segen Estefen afirma, com base nos estudos conduzidos pela Coppe, que o rendimento dos equipamentos que retirarão energia das ondas fica em cerca de 70%. Levando em conta a projeção, instalar 100 KW sairia por US$ 150 milhões com torres eólicas e por US$ 250 milhões com energia de ondas. Mas as mesmas usinas gerariam, por conta dos aproveitamentos distintos, 20 e 70 quilo watts, respectivamente.


 


 


Fonte: Diário do Nordeste