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Oposição mexicana alerta para possível intervenção dos EUA

A “Iniciativa Mérida”, o plano de combate às drogas que o México acertou com os Estados Unidos, “abre espaço para uma eventual intervenção norte-americana” no país, alertou nesta terça-feira (23) o partido de oposição Frente Ampla Progressista, braço parl

No entanto, para o partido de direita Ação Nacional (PAN, no governo) e o minoritário Verde Ecologista (PVEM), o acordo de cooperação com os Estados Unidos para o combate ao crime organizado, “não apenas é bem-vindo, como também inestimável”.



Já o senador do PAN, Alejandro Zapata, recomendou ao governo do presidente Felipe Calderón “tomar cuidado para não deixar vulnerável a soberania do país”.



A Frente Amplo Progressista é integrada pelos partidos de oposição Revolução Democrática (PRD, de esquerda), do Trabalho (PT) e da Convergência (PC), que defenderam a candidatura de López Obrador nas eleições presidenciais de 2006, vencidas pelo candidato Felipe Calderón, do PAN.



Ricardo Cantú, do PT, acredita que o “Plano México” é “um risco iminente” porque “os Estados Unidos intervêm em países tão distantes como o Afeganistão e Iraque e pode fazer isso também com o México”. Ele pediu aos parlamentares que “não pensem que tudo deve-se à boa vontade” dos Estados Unidos.



Explicações



O deputado da Convergência, Alejandro Chanona, exigiu ao governo do México “explicar” se o acordo bilateral “não desrespeita” o direito nacional e está a altura do internacional porque “a Lei de Segurança Nacional é limitada”.



Os parlamentares do PRD e do também opositor Partido Revolucionário Institucional (PRI), por sua vez, exigiram da chancelaria mexicana uma “explicação detalhada” do acordo com os Estados Unidos para assegurarem-se de que “ele não viole a soberania nacional ou delimite subordinação ao Exército ou à Polícia Federal dos Estados Unidos”.



Saúl Escobar, secretário de Assuntos Internacionais do PRD, admitiu que “estamos muito preocupados em que o plano pode implicar” e acrescentou que sua criação exigirá “uma investigação, pois acreditamos que este plano abre as portas para a intromissão de policiais e de interesses dos Estados Unidos”.



O deputado José Alfonso Suárez, da Comissão de Defesa no Senado, afirmou que a “Iniciativa Mérida” incluirá a transferência de tecnologia dos Estados Unidos para o México e que o ministro da Defesa, general Guillermo Galván, já admitiu que os Estados Unidos instalarão detectores de drogas nas cidades fronteiriças.



Fonte: Ansa Latina