Polícia prende empresários e acusa secretários municipais de Angra dos Reis
A Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu, no dia 24, 15 pessoas suspeitas de fraudes em licitações públicas e vendas de licenças ambientais em Angra dos Reis. Foram presos, entre outros, o ex-presidente da Câmara de Vereadores, Carlos Augusto Pinheiro
Publicado 24/10/2007 20:24 | Editado 04/03/2020 17:05
De acordo com a polícia, eles extorquiam dinheiro de empresários e comerciantes que necessitavam de licença ambiental por meio da ameaça de aplicação de pesadas multas. A polícia diz que somente nos últimos dois anos foram desviados cerca de R$ 80 milhões. Com a prisão temporária decretada pela Justiça, eles permanecem detidos por pelo menos cinco dias.
Segundo a Polícia, vários dos envolvidos dão sinais exteriores de riqueza, como morar em casas de luxo. Vários carros foram apreendidos. O sigilo bancário dos envolvidos foi quebrado. Também teria sido constatado um aumento de patrimônio incompatível com a renda declarada. O secretário municipail de Obras, Cláudio Ferreti e o secretário de Integração Governamental, Bento Costa, teriam casas avaliadas em mais de R$ 1 milhão.
A operação Carta Marcada cumpriu 29 mandados de prisão e 33 mandados de busca. Desde a madrugada, 150 policiais se deslocaram pela rodovia Rio-Santos (BR-101, no trecho fluminense) com destino ao município. A investigação durou oito meses. A partir de escutas telefônicas gravadas com autorização judicial, os policiais chegaram a pelo menos cinco construtoras que seriam beneficiadas em obras licitadas pela prefeitura.
Os presos foram transferidos para o Rio, onde estão sendo ouvidos na Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente, em São Cristóvão, na Zona Norte. As pessoas que não foram encontradas são consideradas foragidas.