Governo posterga embate com bancos por tarifas menores
O governo deixou para o final de novembro o anúncio das medidas de regulamentação das tarifas cobradas pelos bancos. Elas serão baixadas na próxima reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN). Paralelamente, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, quer tor
Publicado 26/10/2007 13:42
O spread é diferença entre a taxa de juros cobrada nos empréstimos aos clientes e o custo de captação dos bancos. Assessores do Ministério da Fazenda informaram que o ministro ficou bastante irritado com o movimento dos bancos. Mantega não vê motivos para o aumento dos juros cobrados pelos bancos nem antes nem depois da decisão do Copom. No ano passado, o ministro adotou um primeiro pacote de medidas anti-spread. Meses depois, ele mesmo anunciou que outras medidas seriam adotadas pelo governo num segundo pacote.
As relações entre o governo e as instituições financeiras pioraram desde que o Ministério da Fazenda decidiu regulamentar a cobrança das tarifas, consideradas abusivas. Os bancos são contrários à medida e defendem uma auto-regulamentação, como ocorre na publicidade. Em meio às negociações, o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Fábio Barbosa, chegou a afirmar que as novas regras poderiam comprometer o atual processo de expansão da oferta de crédito na economia brasileira e de aumento do número de clientes dos bancos.
A expectativa era de que parte inicial da nova regulamentação fosse adotada na reunião de ontem do CMN. Segundo o diretor de Normas do Banco Central, Alexandre Tombini, não houve recuo. “Os estudos estão avançados”', disse Tombini. O diretor negou ainda que tenha atraso na adoção das medidas. Segundo ele, a maior parte da regulamentação em estudo será adotada em novembro. “'Se não sair tudo em novembro, ficará apenas um rescaldo.”
O diretor evitou fazer qualquer associação dessas medidas à insatisfação de Mantega. “Estamos trabalhando, independentemente de qualquer outra consideração, num conjunto de medidas para tarifas bancárias”, limitou-se a afirmar.
Na reunião de ontem, o CMN ampliou o limite de aplicação de recursos dos fundos de previdência dos Estados e municípios em ativos de renda variável, como ações e títulos públicos.
Segundo o secretário de Previdência Social, Helmut Schwarzer, a rentabilidade das aplicações em renda fixa vem caindo por causa da redução dos juros. “Para manter a rentabilidade desses fundos compatíveis com as regras atuariais é preciso ampliar a composição de elementos de renda variável”, disse Schwarzer.
Fonte: Agência Estado