Eliana Gomes: Movimentos de mulheres conduzem à cidadania e igualdade de gênero

Muitos são os desafios que estão postos na vida das mulheres nos bairros, nas cidades, nos cantos e recantos de nosso país, dentro e fora de casa. O movimento de mulheres é fruto da organização de muitas batalhadoras que estão nas entidades comunitária

São tantas que estão nas ruas, debatendo sobre o feminismo, o emancipacionismo, a condição feminina, o lugar social ocupado pelas mulheres nos espaços público e privado.   E o II Congresso da União Brasileira de Mulheres – UBM no Estado do Ceará, realizado no último sábado (27), aconteceu num momento de muitas transformações em nossa cidade, estado e país. Momento de conquistas históricas, nunca vivenciadas por todas (os) nós. Mas os avanços vêm acompanhados de muitos outros desafios.


 


 


Precisamos unir nossas mentes, nossas mãos e nossos corações para que possamos enfrentar o embate em que se encontra a Lei Maria da Penha. As forças conservadoras de nosso país começam a se levantar sobre o avanço que significa essa admirável Lei na vida das mulheres brasileiras, no tocante ao enfrentamento à violência doméstica e sexual. Com a Lei Maria da Penha, a violência doméstica deixou de ser um problema privado para se tornar uma questão de âmbito público. A agressão dirigida as nossas mulheres é realmente um insulto à decência humana, é a revelação de relações de poder historicamente desiguais entre mulheres e homens, e quem se coloca contra a Lei se coloca contra as mulheres deste país e a favor da impunidade.


 


 


Entretanto, é necessário que eu cite aqui um fato que muito me entusiasma. A Prefeitura de Fortaleza, através da Fundação de Desenvolvimento Habitacional de Fortaleza – Habitafor, adotou uma política de valorização do papel da casa em nome da mulher. Hoje, já são 335 papéis da casa entregues no município. Entendendo que as mulheres têm um papel fundamental nos processos de aquisição de moradia e, ainda, responsabilizam-se diretamente pelo bem-estar da família, a Prefeitura está garantindo o papel da casa no nome das mulheres.


 


 


Atitudes que nem essa da prefeita Luizianne Lins realmente me deixam sensibilizada. E fico tão emocionada quanto quando observo hoje nossas mulheres articuladas e mobilizadas em organizações e movimentos, em sintonia plena com movimentos internacionais, comprometidas com o direito à cidadania, com a luta pela igualdade dos direitos e de oportunidades entre mulheres e homens. Assim, p arabenizo a cada mulher, a cada militante, a cada feminista da UBM, reconhecendo a trajetória de luta desta entidade que vem contribuindo com o crescimento da qualidade de vida das mulheres, acreditando que não é possível a construção do socialismo sem a nossa participação. A erradicação da sociedade de classes anda de mãos dadas com a erradicação das desigualdades de gênero. E esse é um processo longo, desafiador e apaixonante.



 


Quero compartilhar com vocês a minha alegria em ser mãe, parlamentar, militante comunista. Quero dividir com todas vocês nossos dilemas e as nossas muitas alegrias. E quero dizer: temos muito a conquistar, temos muito a avançar, mas tenho a convicção de que venceremos todas as batalhas que se avizinham. Tenho a certeza de que estamos no caminho, rumo à construção de uma sociedade justa, igualitária e democrática.


 


 


Eliana Gomes, Líder do PCdoB na Câmara Municipal de Fortaleza