Movimento sindical de MT contra fim da contribuição
Audiências com os senadores mato-grossenses, a publicação de um manifesto e uma reunião ampliada foram os principais pontos aprovados por representantes de 12 sindicatos de trabalhadores do Estado, reunidos nesta terça-feira (30). Os sind
Publicado 30/10/2007 16:51 | Editado 04/03/2020 16:49
As emendas foram aprovadas pela Câmara dos Deputados junto com o projeto de lei que regulamenta as Centrais Sindicais. “O curioso é que o mesmo tipo de contribuição que beneficia os sindicatos patronais não foi mexido. Por que dois pesos e duas medidas?”, indaga a professora Nara Teixeira, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino de Mato Grosso (Sintrae-MT). Outro ponto que contraria o movimento sindical é que não foi criada nenhuma medida compensatória a favor dos sindicatos dos trabalhadores.
“O fim da contribuição compulsória vai comprometer sensivelmente o trabalho dos sindicatos dos trabalhadores. É um dos passos para acabar com os direitos trabalhistas. É mais um dos golpes contra os trabalhadores”, afirmou Ronei de Lima, presidente da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias do Estado de Mato Grosso (Fetiemt).
“É uma tentativa de destruir o movimento sindical”, reclamou o presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Várzea Grande (Simvag), Edson Ribeiro. “Essa é uma onda moralista falsa, na qual, infelizmente, muitos sindicalistas e lideranças políticas estão embarcando. Estão fazendo o jogo dos patrões”, complementou Edson Ribeiro, se referindo a muitos dirigentes sindicais e lideranças históricas do movimento sindical que hoje estão no parlamento.
De acordo com a proposta de solicitar audiências com os senadores de Mato Grosso, os sindicalistas pretendem debater com os parlamentares os prejuízos que as emendas podem acarretar. “Vamos mostrar que esta é mais uma investida para dizimar os sindicatos”, apontou Lauro Benedito de Siqueira, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Telefônicos (Sinttel). “É preciso mobilizar todas as categorias para sensibilizar os senadores”, acrescentou Odair Cirino Campos, presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Cerâmica e de Artefatos de Cimento (Sticomat).
O manifesto contra a emenda do deputado Augusto Carvalho, conforme deliberação dos sindicalistas, deve esclarecer aos trabalhadores e à sociedade, além de fazer um chamamento aos senadores para que derrubem o dispositivo, acerca dos danos que a medidas deve provocar à luta sindical. “Essa questão do financiamento do movimento sindical sempre foi muito controversa. Nós achamos que deve ser mais debatida, buscando encontrar formas justas, que não prejudiquem o movimento sindical. O que não pode é a aprovação de uma emenda, embutida dentro de um projeto que foi anteriormente debatido, ser apresentada sem nenhuma discussão com os trabalhadores”, denunciou Ronei de Lima.
A reunião ampliada com os sindicalistas foi marcada para o próximo dia 5 de novembro (segunda-feira), na sede do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil de Mato Grosso (Sintraicc).
João Negrão – Cuiabá