Lucro do Bradesco atinge recorde de R$ 5,8 bi em 2007
Apoiado principalmente em ganhos com receitas de serviços bancários e concessão de crédito, o Bradesco computou lucro líquido de R$ 5,817 bilhões nos primeiros nove meses deste ano – maior resultado já alcançado por um banco nacional no período.
Publicado 06/11/2007 12:20
Na comparação com o período que vai de janeiro a setembro de 2006 (R$ 3,351 bilhões), o crescimento do lucro foi de 73,6%. Mas no ano passado o banco fez pesadas deduções em seu balanço – ágios decorrentes de aquisições feitas nos últimos anos –, o que derrubou a base de comparação. Sem considerar esses efeitos extraordinários, o lucro do banco subiu 13% entre os primeiros nove meses de 2006 e os de 2007.
A interrupção no ciclo de cortes da taxa básica, a Selic, que foi mantida em 11,25% no mês passado, pode tornar a carteira de crédito dos bancos ainda mais apetitosa. Como a Selic serve de referência para as taxas praticadas no mercado, sua manutenção inibe a queda dos juros em um cenário de crescimento da concessão de crédito.
A carteira de crédito do Bradesco alcançou R$ 140,09 bilhões em setembro, com expansão de 27% em 12 meses. O segmento de crédito respondeu por 25% do lucro do banco nos primeiros nove meses do ano -contra 22% em 2006.
Na avaliação de Ariadne Arnosti, analista financeira do Inepad (Instituto de Ensino e Pesquisa em Administração), “a prestação de serviços também merece destaque na análise dos resultados”.
A participação das receitas de serviços (que inclui tarifas bancárias, taxas de cartões, administração de fundos e outros) no lucro chegou a 30% no terceiro trimestre deste ano, saindo de 26% no período finalizado em setembro de 2006.
“O aumento das rendas de cartão, notoriamente de crédito, representa a maior parcela de contribuição nos ganhos de prestação de serviços. Além disso, o índice de cobertura com serviços, que mede a relação entre a receita de serviços e despesas com pessoal e administrativas, ficou em 81%, contra 76% em 2006”, diz Arnosti.
Apenas no terceiro trimestre o banco lucrou R$ 1,85 bilhão. Sem considerar eventos extraordinários – como os ganhos com a venda de participações em empresas, como Arcelor Brasil e Serasa –, o resultado foi 3% maior que o do segundo trimestre. Na comparação como mesmo período de 2006, o aumento foi de 14,8%.
Fonte: Folha de S.Paulo