Russos preferem Revolução a feriado forjado
Há dois anos o governo de Vladímir Pútin, por meio de seu parlamento, extinguiu o feriado em comemoração à Revolução Russa de 1917, instaurando em seu lugar um feriado pela “unidade nacional”. Mesmo assim, 23% dos russos ainda vão comemorar o 7 de no
Publicado 06/11/2007 10:39
Extinto pelo governo para diminuir os cada vez maiores protestos contra a administração Pútin, o antigo feriado de 7 de novembro foi substituído pelo de 4 de novembro, que comemorara um evento ocorrido há quase 400 anos, quando o império russo ficou à deriva e nas caiu nas mãos da monarquia lituano-polonesa.
O chamado Dia da Unidade Popular, desconhecido para mais da metade da população do país, foi decretado pelo parlamento em 2005, em homenagem aos acontecimentos de novembro de 1612 , quando foram expulsos do Kremlin (a sede da monarquia russa) os poloneses que aproveitaram o vácuo de poder na Rússia e invadiram o país após a morte dos tsares Ivan, o Terrível, e Borís Godunov.
Segundo a história do país, o príncipe Dmitri Pojarski e o açougueiro Kusmá Minin concentraram na região de Nijni Novgorod uma tropa e libertaram Moscou, a capital do império, em 4 de novembro de 1613.
Conseguiram unir parte da nobreza russa e, em 1613, Mikhail Romanov, o primeiro da dinastia, foi escolhido como novo tsar, simbolizando o fim do “tempo das revoltas” (1598-1612) .
A mudança de feriado gerou protestos em todo o país, mas o governo preferiu ignorá-los e insistir na medida. Mesmo assim, os cidadãos da Rússia seguem preferindo comemorar a Revolução de Outubro e, segundo uma pesquisa do centro Levada, 23 % celebrará este evento, contra 15 % que disse ter festejado o feriado de 4 de novembro.
O centro revelou também que 48% não sabem que feriado se celebra no dia 4, enquanto apenas 23% sabem que o evento comemora o vago Dia da Unidade Popular. Já 4% acreditam que seja uma homenagem à libertação dos poloneses 1% pensa ainda que se trata da Revolução Russa de 1917.
A Revolução é avaliada de forma positiva pelos 55% dos russos entrevistados, em primeiro lugar como um impulso ao desenvolvimento social (31%) e depois como abertura da nova era na história do país (24%).
Com informações do portal Pravda.ru