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Entidades do Pará denunciam abuso em operação contra violência no campo

Quatro entidades que representam trabalhadores rurais no Pará apontam denúncias contra as forças policiais que atuaram na Operação Paz no Campo. A ação foi deflagrada nesta segunda-feira (19), no sul do estado, para conter a violência na região. Trata-se

 



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As denúncias são encabeçadas pela Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetagri), a Sociedade Paraense de Direitos Humanos (SDDH), a Comissão Pastoral da Terra (CPT) e o Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Redenção.


 


Em nota, eles acusam um grupo de policiais (sem identificá-lo) de cometer tortura e “arbitrariedades” contra lavradores e militantes de movimentos ligados ao campo e à terra.


 


“Segundo diversos depoimentos colhidos por integrantes do Programa Estadual de Proteção de Defensores de Direitos Humanos e por representantes de entidades na sede do Sindicato de Trabalhadores Rurais de Redenção, um grupo de policiais que atuou em uma das áreas do complexo [Complexo da Forquilha] torturou barbaramente vários lavradores para que estes revelassem a existência de armas em seu acampamento”, diz o texto.


 


As torturas, de acordo com a nota, teriam sido praticadas “mediante espancamentos, socos, pauladas, ripadas, chutes, afogamentos e sufocamentos com um saco plástico”.
As entidades referm-se à ação policial no município de Santa Maria das Barreiras, onde se situa o “Complexo da Forquilha”, região que, segundo elas, foi ocupada por vários grupos.


 


“Alguns desses, formados por trabalhadores sem-terra e por um outro grupo de grileiros, que já foi denunciado por ligação a uma milícia armada da região”.


 


O documento relata, ainda, que o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Santa Maria das Barreiras, Nivaldo Pereira Cunha, foi preso, embora estivesse escoltado por policiais militares por ter sofrido atentados à vida.


 


“Nivaldo já havia sofrido neste ano dois atentados e foi um dos autores das denúncias contra essas milícias armadas”, acrescenta a nota.


 


O documento termina com o pedido de libertação do sindicalista e de ações de combate à “pistolagem e milícias armadas” no estado.


 


As entidades salientam que apóiam as instituições policiais do estado quando atuam no combate à violência no campo. Mas afirmam que não aceitarão “excessos e arbitrariedades, criminalização de defensores humanos e a tentativa de igualar movimentos sociais legítimos às ações de grupos oportunistas e violentos que muitas vezes são patrocinados por fazendeiros e grileiros que agem impunes por todo o estado”.



 


Fonte: Agência Brasil