Jô Moraes conclama as mulheres a “arrancarem espaço de poder”
A deputada Jô Moraes (PCdoB-MG), que participou da mesa-redonda A Participação Política da Mulher e o Poder, na manhã desta sexta-feira (23), no 7o Congresso Nacional da União Brasileira de Mulheres (UBM), conclamou as mulheres a aproveitarem as eleiçõ
Publicado 23/11/2007 15:01
Ela lembrou que a bancada feminina na Câmara é reduzida, são 45 mulheres entre 513 parlamentares. Ela destacou que as comunistas são 38% das mulheres na Câmara, proporcionalmente a maior participação de mulheres. “A sociedade brasileira ainda não descobriu a força transformadora das mulheres deste País. Não descobriu a sua coragem, a sua teimosia e a sua imensa generosidade”.
Segundo Jô Moraes, outro grande desafio do Congresso da UBM é “incorporar as mulheres no projeto de desenvolvimento do País, com valorização do trabalho e distribuição de renda”, disse, acrescentando que “vamos lutar pelo PAC feminino”, em referência do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal.
Avanços na luta
As palavras da deputada comunista repercutem o discurso do presidente do PCdoB, Renato Rabelo, na abertura do evento, na noite de quinta-feira (22), em Brasília. Ele destacou que “não há luta emancipacionista sem avanços democráticos, essas lutas estão intimamente ligados”, acrescentando que quando há avanço na luta democrática, esses avanços repercutem na luta das mulheres.
E lembrou às mulheres que o PCdoB propõe seis reformas democráticas, destacando entre elas a reforma política, que deve ser ampla e profunda, incluindo os direitos da mulher. “A cota de 30% é o mínimo da participação das mulheres, porque as mulheres tem que participar do centro de decisão e centro de poder”, disse Renato.
Segundo ele, o Congresso da UBM vai contribuir para o despertar da consciência de que “sem poder, não se faz nada”, enfatizou.
Renato Rabelo fez uma avaliação do contexto político, destacando o avanço na luta democrática na América Latina. “Quando há avanço democráticos e libertários, isso contribui para luta de emancipação das mulheres”, disse ele, destacando ser essa uma mensagem otimista.
A América Latina vive momento de grande avanço da luta democrática, com repercussão em todo o continente, afirmou, citando os casos da Venezuela, Equador, Bolívia, que representa a libertação do povo indígena, e na Argentina.
No Brasil, com a vitória de Lula, desde o primeiro mandato, também há abertura democrática, representada na instalação da Secretaria Especial de Políticas para as Mulher (SPM) e conferências para discutir o tema mulher.
Longo tempo
“Considero que a consciência das mulheres – de sua luta, sua liberdade, sua cidadania – cresceu”, avalia Renato, lembrando que “num País como o nosso – de séculos de capitalismo, de sujeição da mulher, não faremos as mudanças em espaço curto de tempo”. Para ele, “trabalhos como esse (Congresso da UBM) representam o quanto a gente precisa lutar. Há muito a ser feito, porque são séculos e séculos de dominação”.
O encontro, que prossegue até domingo (25), reúne cerca de mil mulheres, de todos os 27 estados brasileiros, em Luziânia (GO).
Programação
23 de novembro
9 horas
Instalação do Congresso e Aprovação do Regimento Interno
10 horas
Mesa: A Participação Política da Mulher e o Poder
Palestrantes: Jô Moraes (MG) e Luana Pinheiros (SPM)
Debatedora: Eline Jones (GO)
Coordenadora: Márcia Ramos (PE)
11h30m – Debate
12h30m – Almoço
14h30m
Mesa: Mulher e o Mundo do Trabalho: A Visão Emancipacionista –
Palestrantes: José Celso (a confirmar) e Sonia Latgé (Sindicalista)
Debatedora: Ana Rocha
Coordenadora: Raimunda Leone (RJ)
16h30m horas – Lanche
17 horas – Debate
24 de novembro
9 horas
Mesa: A União Brasileira de Mulheres: Concepção, estruturação e fortalecimento.
Palestrantes: Liége Rocha (SP), Elza Campos (PR) e Vanja Andréa (AM)
Coordenadora: Kátia Souto
10 horas – Debate em grupos
12h30m – Almoço
14 horas – Mesas Temáticas Simultâneas (05):
Saúde das Mulheres, Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos – Kátia Souto (DF), Jussara Cony (RS) e Carmen Lucia (SC)
Imagem Social da Mulher e a Democratização da Mídia – Lúcia Rincon (GO) e Julieta Palmeira (BA)
Violência de Gênero – Olívia Rangel (SP) e Ivania Pereira (SE)
Educação e Gênero – Olívia Santana (BA) e Lucia Stumpf (UNE)
Justiça Ambiental e Social com Abordagem de Gênero – Terezinha Aguiar (Tete -PI) e Sérgio Ricardo (RJ).
25 de novembro
Plenária Final
9 horas – Mesa de Eleição do Plano de Lutas para Nova Gestão e Resoluções.
11 horas – Eleição da Nova Diretoria – Triênio – 2007/2009.
12 horas – Encaminhamentos e Encerramento do Congresso.
12h30min horas – Almoço
De Brasília
Márcia Xavier