Bush se diz otimista com Annapolis; Hamas não se compromete
“Estou otimista e sei que vocês estão”, disse George W. Bush, presidente dos Estados Unidos, referindo-se ao primeiro ministro de Israel, Ehud Olmert, e ao presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, com quem se reuniu em separado. O otimismo é
Publicado 26/11/2007 18:42
“Estou buscando continuar nosso diálogo a sério com você e o presidente da Autoridade Palestina para verificar se a paz é possível”, disse Bush, na coletiva que realizou junto com Olmert, após a reunião entre os dois. A Abbas, ele disse que “os Estados Unidos não podem impor a nossa visão, mas podem ajudar, facilitar”. Abbas disse ter “bastante esperança” nas conversações de terça-feira.
Dezesseis países árabes, afora a Liga Árabe, concordaram na sexta-feira em participar da reunião de amanhã com Israel. Será o primeiro encontro com esta composição em mais de uma década.
No entanto, o Hamas, organização islâmica palestina que não foi convidada para as conversações, anunciou que não se sente comprometido com as decisões da reunião. “As decisões tomadas em Annapolis não comprometem o povo palestino, que não autorizou a ninguém, seja árabe ou palestino, a suprimir seus direitos”, declarou Fawzi Barhum, porta-voz do Hamas, para a AFP.
O Hamas assumiu o virtual controle da faixa de Gaza depois de confrontos com forças leais a Abbas. Os EUA e a União Européia classificaram-no como uma organização terrorista.
As representações de Israel e dos palestinos deram a entender que foram feitos progressos, depois de semanas de negociações de bastidores, quanto a texto de um comunicado conjunto visando permitir futuras conversações de paz. Yasser Abed Rabbo, negociador palestino, adiantou que o documento será divulgado na terça-feira.
“Este documento, que deve ser concluído hoje com a bênção dos americanos, determinará os termos de referência para negociações – tais como o mapa do caminho e as resoluções internacionais – e as modalidades de negociações depois de Annapolis”, disse Rabbo.
Segundo o negociador, dentro de dois dias começarão formalmente em Washington as negociações conclusivas sobre temas centrais – como o estatuto de Jerusalém, reivindicada como capital pelos dois lados; as fronteiras do futuro Estado de Israel;e o destino dos refugiados palestinos. “As negociações conclusivas começarão na quarta-feira, na presença do presidente palestino Mahmoud Abbas”, afirmou Rabbo.
Mark Regev, porta-voz da chancelaria israelense, reconheceu que “importantes progressos foram feitos no sentido de um comunicado conjunto”. Negou porém a afirmação palestina de que se chegara ao rascunho final de um documento traçando os contornos das futuras negociações.
No dia seguinte, os espinhos
Para Michael Tarazi, ex-assessor da Organização de Libertação da Palestina, ouvido pela TV árabe Al Jazira, “seria um erro pensar que algo de significativo está para sair dessas conversações”. E agregou: “O que realmente importa não é o que acontece em Annapolis, mas muito mais o que virá no dia seguinte. Haverá realmente um momento para tratar das questões realmente espinhosas?”, indagou.
Washington pressionou por uma ampla presença árabe em Annapolis e ao final tanto a Síria como a Arábia Saudita decidiram enviar delegados. Será a primeira vez que funcionários oficiais sauditas sentarão com israelenses para falar de paz no Oriente Médio.
Mahmoud Ahmadinejad, o presidente do Irã, que não foi convidado para a reunião, criticou a decisão. “Eu esperava que o nome da Arábia saudita não estaria entre os esperados para a conferência de Annapolis”, disse ele em conversação telefônica com o rei saudita Abdullah, na noite de domingo (25), segundo a agência Irna.
Com informações da http://english.aljazeera.net