Cristina Kirchner admite clima tenso com o Uruguai
A presidente eleita argentina, Cristina Fernández Kirchner, disse que a relação com o Uruguai terá “algum grau de conflito” até que a Corte Internacional de Haia emita o veredicto sobre o conflito pela instalação de uma fábrica de celulose no lado uruguai
Publicado 26/11/2007 12:00
No entanto, afirmou que abordará essa relação com “serenidade” e indicou que Montevidéu “governou com uma política de fatos consumados que deteriora a extraordinária relação bilateral”.
“Me imagino abordando a relação com serenidade mas também sabendo que devemos defender os interesses dos argentinos e, fundamentalmente, o cumprimento dos tratados”, garantiu em declarações divulgadas pelo jornal argentino Pagina/12.
Cristina, que assumirá o poder no próximo dia 10 de dezembro, disse que “nós vamos esperar a resolução do Tribunal de Haia”, no qual chegou a reclamação argentina.
O conflito começou com a construção sob a margem uruguaia do Rio Uruguai, fronteira natural entre os dois países, de uma fábrica de celulose da empresa finlandesa Botnia, que a Argentina e ambientalistas locais dizem que contaminará a região.
O Uruguai nega este fato e garante que a fábrica cumprirá todos os requisitos de controle internacionais. Cristina disse que “teremos que gerenciar o conflito e compreender que vamos a viver com certo grau de conflito até que a Corte de Haia resolva o caso”.
“O conflito será resolvido pela Corte de Haia. Nós temos vivido com uma grande frustração porque não tivemos nenhum gesto da parte do Uruguai”, disse a presidente eleita. A fábrica começou a funcionar durante a recente Cúpula Ibero-Americana de Santiago do Chile, causando mal-estar no governo argentino.
Fonte: Ansa Latina