EUA proíbem ida de diretor Brian de Palma a festival em Cuba
Brian de Palma, um dos nomes-chave do cinema norte-americano contemporâneo, não pôde chegar pessoalmente a Havana. “O Departamento de Estado (dos Estados Unidos) não pôde encontrar um visto para mim”, ironizou o diretor, em mensagem lida na inaug
Publicado 05/12/2007 18:21
Porém, seu mais recente filme, Redacted – uma extraordinária denúncia da tragédia que significa a invasão ao Iraque -, foi exibido na inauguração do encontro cinematográfico anual, no teatro Karl Marx, da capital cubana. Cerca de 5 mil pessoas emudeceram ante a intensa emoção e comoção que provoca o filme, que rendeu o prêmio de melhor diretor no Festival de Cinema de Venécia de 2007.
O longa-metragem foi apresentado por duas de suas produtoras, Jennifer Weiss e Simona Urld. Elas manifestaram ser uma honra apresentar o filme pela primeira vez na América Latina – e em Havana.
Imediatamente leram a breve mensagem enviada por De Palma, ao qual afirma sentir um grande amor pelo povo cubano e como tivesse estado encantado de estar ali. “Identifico-me muito com sua cultura. Parece que meu Departamento de Estado não pôde encontrar um visto para mim. Façam um brinde com café-com-leite por mim”.
A inauguração do evento esteve a cargo do argentino Fito Páez com um breve concerto – ele e seu piano -, e em duas ou três canções acompanhado por um violinista e numa delas pelo trovador cubano Santiago Feliú. Suas baladas foram cantadas por um público majoritariamente jovem, mas também por outro que o lembrava de sua primeira visita quando o Festival da Canção de Varadero, a finais da década de 70.
Fito Páez pôs uma nota alta de alegria no festival, no qual apresenta, fora de concurso, seu filme ¿De quién es el portaligas? (De quem é o porta-liga?). Com a canção Yo vengo a ofrecer mi corazón, começou seu concerto para “esta cidade sempre amada”.
Como é costumeiro, Alfredo Guevara, presidente do Festival, deu as boas-vindas aos cineastas do continente. Em sua mensagem, Guevara evocou o 40º aniversário de Viña del Mar, “expressão de insurgência e busca”, do qual surgiu o que mais tarde foi o Novo Cinema Latino-Americano. “A América Latina semeia hoje alvoradas, e as novas gerações trazem mensagens animadoras”, declarou Guevara
Já foi anunciado que no encerramento, em 14 de dezembro, será projetado o documentário britânico Terra – O Filme de Nosso Planeta, dirigido por Alastair Fothergill e Mark linfield. O longa foi filmado em mais de 200 locais de 26 países.