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Governo Uribe entre acordo humanitário e política de força

O governo da Colômbia informou nesta terça-feira (4) que adota como prioridade máxima um acordo humanitário para libertar as pessoas detidas pela guerrilha, mas ao mesmo tempo considera o resgate pela força militar como “opção legítima e responsável”.

Em uma reunião do presidente Alvaro Uribe com as comissões de Paz do Senado e da Câmara de Representantes, foi informado que está pronto um decreto visando realizar acordos humanitários com as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e com algumas frentes em separado.



O conteúdo do anúncio não traz maiores novidades, pois o Executivo pretende intercambiar detidos pelas Farc por guerrilheiros presos, porém com a condição de que estes não voltam a pegar em armas. A proposta já fora apresentada antes pelo presidente uribe.



O governo também permanece inflexível em sua recusa a desmilitarizar um território com o objetivo de facilitar o intercâmbio – uma reivindicação que as Farc têm feito sistematicamente.



O decreto, ainda não aprovado, outorga prerrogativas ao comissário para a Paz, Luis Carlos Restrepo, para estabelecer acordos com as Farc, em troca da concessão de benefício jurídico de suspensão provisória de pena aos guerrilheiros que assinarem o acordo.



Ao falar à imprensa depois da reunião, restrepo anunciou que viajaria a Paris naquela noite, para se entrevistar com o presidente francês, Nicolas Sarkozy. O funcionário colombiano considerou a França como um aliado natural, já que a ex-candidata presidencial Ingrid Betancourt, uma das pessoas detidas pelas Farc, possui dupla nacionalidade, colombiana e francesa.



No entanto, Restrepo advertiu que as autoridades da Colômbia não julgam conveniente a indicação de novos facilitadores ou mediadores, e assumirão diretamente a solução do problema dos prisioneiros.



Já o general Fredy Padilla, comandante do exército colombiano, declarou nesta terça-feira à emissora W que as forças armadas estão trabalhando para achar o paradeiro das pessoas em poder das Farc. Ele admitiu que seria impossível garantir que nenhum dos detidos morreria no caso de uma operação militar, mas argumentou que essas ações são confiadas a profissionais com conhecimento suficiente, embora ressaltando que a decisão final é do presidente Uribe.



Conforme o noticiário da imprensa, pelo menos 22 pessoas detidas por grupos guerrilheiros colombianos já morreram em operações militares de resgate durante o governo Alvaro Uribe, iniciado em 2002.



Fonte: http://www.prensa-latina.cu