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Com ironias, Simon enterra a própria pré-candidatura

O senador Pedro Simon (PMDB-RS) disse nesta sexta-feira que só enfrentará a disputa pela presidência do Senado se o PMDB resolver indicá-lo. Porém, com um discurso duro e irônico, Simon atacou os dirigentes do próprio partido e mostrou que não reúne co

O peemedebista afirmou ainda que o governo tem poder para aprovar a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) e para eleger o senador José Sarney (PMDB-AP) à Presidência da Casa. ” Já disse que o imposto do cheque, a CPMF, vai passar; o governo tem força e argumentos para vencer. Se o Lula insistir, vai ser Sarney o presidente do Senado ” afirmou Simon.



Ele, porém criticou o eventual apoio do governo à candidatura de Sarney. “Quem diria há dez anos que o [presidente Luiz Inácio Lula da Silva] Lula apoiaria o Sarney. O Lula evoluiu. E, cá entre nós, o Sarney também evoluiu. Ele [Sarney] não é mais o presidente da Arena”, disse Simon, na tribuna do plenário.



O discurso de Simon foi acompanhado por seis senadores: o líder do PMDB no Senado, Valdir Raupp (RO), os senadores Cristovam Buarque (PDT-DF) –responsável pela coleta de assinaturas em apoio ao peemedebista–, Heráclito Fortes (DEM-PI), Mão Santa (PMDB-PI), Neuto de Conto (PMDB-SC) –que é candidato à sucessão– e Paulo Paim (PT-RS), que presidia a sessão.



Simon reiterou que só poderá disputar a presidência do Senado se for indicado pela bancada. O peemedebista também negou a possibilidade de se lançar candidato avulso ou alternativo. “Eu posso disputar a presidência do Senado só se for indicado pela bancada”, disse Simon. “Do contrário, não saio candidato avulso porque o momento pede para unir a casa e não causar fricção”, acrescentou.



Segundo ele, não há chances de ser eleito pelo PMDB porque hoje quem comanda o partido pertence a um grupo diferente do seu. “Eu conheço o [P] MDB há 20 anos. Quem está aí? [deputado] Jader [Barbalho, do PMDB do Pará], o Sarney e o Renan [Calheiros, do PMDB de Alagoas]. São esquemas que estão aí”, afirmou Simon, sem entrar em detalhes. “Tenho que lembrar que sou franciscano e que Deus encontre o nosso caminho”, disse ele, encerrando o discurso.



Ontem, Simon foi lançado candidato com apoio de 29 senadores liderados pelo petista Eduardo Suplicy (SP) e Cristovam Buarque. Mas também assinaram o documento de apoio Paim e Heráclito, entre outros integrantes de vários partidos de oposição e da base aliada do governo.



Por enquanto há quatro candidatos oficiais pelo PMDB à sucessão: Garibaldi Alves Filho (RN), Neuto de Conto (SC), Leomar Quintanilha (TO) e Valter Pereira (MS). Porém, o nome de Sarney é apontado como o de consenso que poderia unir a bancada de 20 senadores peemedebistas e ainda agradaria o Planalto e também a oposição.



Ontem, Sarney negou sua candidatura e também que tenha recebido “apelo” do presidente Lula para se lançar na disputa. Segundo ele, a hipótese está descartada porque ele pretende dedicar-se às suas memórias.



Na próxima terça-feira, o PMDB se reúne para realizar a eleição na qual escolherá o nome que deverá suceder o ex-presidente Renan no comando do Senado.



Da redação,
com agências