Fim da CPMF impõe apertos

O fim da Contribuição Provisória Sobre Movimentação Financeira (CPMF), a partir de 2008 é visto por políticos e empresários amazonenses como problemático.


Entre outras conseqüências, o rombo de R$ 40 bilhões na arrecadação do Governo Federal pode levar ao aumento de outros tributos (que se refletirá na diminuição de empregos formais), na redução de repasses federais a Estados e a Municípios, na dificuldade de manutenção de programas sociais e de saúde. Como ponto positivo, a derrota do Governo Lula pode forçar uma relação mais equilibrada entre situação e oposição no Senado e iniciar a reforma tributária.


 


''Foi muito ruim essa decisão, foi ruim para o Brasil, mas foi democrática. Precisavam de 49 votos e conseguiram 45. É fato consumado'', avaliou o prefeito de Manaus, Serafim Corrêa (PSB). ''Imagino que a primeira coisa que o governo vai fazer é aumentar os tributos e as contribuições que pode aumentar por decreto, como o Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF) e o Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI), mas esses aumentos não reporão os R$ 40 bilhões. Então, o que resta ao governo é cortar o lado da despesa e aí, lá vem a corda arrebentando para o lado mais fraco, ele vai deixar de transferir recursos para estados e municípios'', avaliou o prefeito.


 


Para Serafim, houve falha na negociação sobre a aprovação da CPMF tanto do lado do governo, que ''minimizou'' o problema, quanto da oposição. Serafim apontou, porém, um aspecto positivo na derrota, a imposição de uma reforma tributária e do Estado brasileiro. ''A oposição quer a lógica do 'o quanto pior melhor', quer inviabilizar o Governo Lula, não perdoa o sucesso do Governo Lula. Não tem jeito, o governo deu certo e a tendência é continuar dando certo, a verdade é que os partidos de oposição querem o insucesso do presidente. É o mesmo equívoco que o PT cometia no passado, quando queria o insucesso do Plano Real'', disse Serafim.


 


Fonte: Jornal A Crítica