ONU: ninguém sai de Bali sem um acordo
O secretário-executivo da Convenção Marco da Onu Sobre a Mudança Climática, Yvo de Boer, assegurou nesta sexta-feira (14) que nenhuma país pode se permitir sair sem um acordo da ilha indonésia de Bali.
Publicado 14/12/2007 15:03
O também organizador e porta-voz da conferência mundial assegurou em coletiva de imprensa que “vai haver um acordo, o que não sabemos é quanto tempo vai demorar para isso” e anunciou o prolongamento das negociações até sábado.
Com esse objetivo, o secretário-geral da ONU, Ban Ki Moon, retorna no sábado a Bali, a partir de Timor Leste, para reunir-se outra vez com as delegações de 187 países e comprometer-se pessoalemente a seguir as negociações segundo nota oficial divulgada nesta sexta-feira.
De acordo com de Boer, a pressão pública para que haja um resultado aqui não permitirá que os ministros do Meio Ambiente de todo o mundo abandonem a conferência sem uma resposta política ao problema do aquecimento global.
“Ninguém quer ver este processo fracassar e, sobretudo, ninguém quer ser o país que o fez fracassar”, destacou o cientista holandês.
Ao mesmo tempo, as longas sessões de trabalho prosseguem, para acomodar um texto que deve converter-se em um projeto que marque as negociações dos próximos dois anos, sobre um acordo que substitua o Protocolo de Quioto em 2012.
O objetivo da Conferência da ONU sobre a mudança climática, que começou em 3 de dezembro e deveria concluir-se hoje, é lançar um processo de negociação para seguir a luta contra o aquecimento global, que dê continuidade ao Protocolo de Quioto.
A União Européia, apoiada por países em vias de desenvolvimento, propôs que o texto tenha uma “linha diretriz”, de corte de emissões de gases estufa de 25% a 40% para os países industrializados antes de 2020.
Entretanto, os Estados Unidos, os maioroes poluidores do planeta e único país industrializado sem ratificar o Protocolo de Quioto, repudia essa menção, alegando que comprometeria o resultado das futuras negociações.
A partir disse de Boer considerou que “não creio que os ministros abandonem essa conferência sem lançar um processo e que todo o mundo trabalhou muito duro, ninguém quer ser o país que chutou o balde e pôs leite a perder”.