PC Sul-Africano vê eleição de Zuma como ''mensagem clara''
A porta-voz do Partido Comunista Sul-Africano (PCSA), Malesela Maleka, apresentou uma avaliação entusiástica sobre o resultado da Conferência do Congresso Nacional Africano (CNA), no governo há 13 anos, que na última quarta-feira (19) elegeu Jacob Zuma co
Publicado 21/12/2007 17:41
''O PCSA congratula-se com os recém-eleitos dirigentes nacionais do CNA, liderados pelo presidente Zuma. Também felicitamos nosso presidente nacional, camarada Gwede Mantashe, por sua eleição para a importante função de secretário-geral do CNA. Ele segue os passos de outros destacados combatentes comunistas no passado, como os camaradas Moses Kotane, JB Marks e Dan Tloome, que serviram como dirigentes do partido e ao mesmo tempo do CNA.
Os delegados a esta histórica 52ª Conferência Nacional do CNA votaram por larga maioria pela mudança e renovação no seio da equipe dirigente de nossa aliança tripartite (CNA, PCSA e a atuante central sindical Kosatu). Os delegados afirmaram a convicção de que o CNA pertence a sua militância. Cumprimentamos estes milhares de delegados por recusarem qualquer ingerência ou sedução alheias à cultura de nosso movimento.
O PCSA acredita que a renovação eleitoral da liderança do CNA fornece a plataforma para se reconstruir nossa aliança em torno de um programa de ação compartilhado. Por demasiado tempo as relações no interior da aliança foram marcadas por recriminações e marginalizações. Damos calorosas boas-vindas ao compromisso da Conferência de promover uma Cúpula da Aliança dentro de três meses.
Os delegados do CNA transmitiram uma mensagem clara, porém o desfecho eleitoral dessa Conferência não significa o desaparecimento dos desafios cruciais de nossa sociedade – a pobreza, o desemprego, a desigualdade que se acentua. Como líderes da aliança, estaremos frustrando as esperanças e aspirações dos milhares de delegados de base do CNA caso não usemos esta nova realidade como uma plataforma de onde enfrentaremos com determinação e sentido de urgência ainda maiores estas realidades que pesam sobre milhões de sul-africanos.
As resoluções que o CNA está tomando nesta Conferência, na seqüência da Conferência Política Nacional em junho, são tão importantes como a eleição da liderança. Em particular, o PCSA acolhe calorosamente as perspectivas de emergência de uma política industrial, de um Estado fortemente desenvolvimentista, de um programa acelerado de reforma agrária e fundiária, de medidas quanto ao desemprego. O necessário agora é determinação ainda maior para marchar rumo a essas perspectivas transformadoras progressistas, usando o Estado e a organização popular, a participação e a mobilização.
Este não é o momento para triunfalismo ou vingança facciosa. Coisas assim apenas nos mergulhariam em mais um ciclo de movimentos voltados para dentro. Devotemos nossas energias à unificação em torno das tarefas da transformação. Entretanto, só se pode construir a unidade caso estejamos coletivamente preparados para refletir crítica e autocriticamente sobre como um determinado segmento da direção, com todas as vantagens de sua função, viu-se desautorizada por milhares de bases do CNA. Que lições podemos todos nós extrair daí? Como garantir que não repetiremos os mesmos erros? Como ergueremos um CNA e uma aliança mais fortes e unidos?
O CNA compromete-se a ser um aliado leal e confiável neste necessário processo de reflexão. Em especial, acreditamos que todos devemos compreender a liderança como algo que tem que ser aprendido diariamente, na base e no seio de milhões de sul-africanos comuns – e aqui estamos falando das lideranças de nossas respectivas formações, do papel dirigente do CNA e de nossa aliança tripartite.
A 52ª Conferência reafirmou que o CNA deve ser tanto um partido no governo como um movimento de libertação nacional. Proclamou que o pilar básico da atividade do CNA é o do trabalho de organização e mobilização de massa. Estas são nossas altivas tradições, que no período recente tenderam a ser postas de lado.
O PCSA acredita que é crucial reafirmarmos o papel dirigente do CNA no desenvolvimento de amplas perspectivas políticas estratégicas, naturalmente sem esquecer as medidas de gerenciamento do micro. Com certeza precisamos de um quadro de gente qualificada e profissional no governo; mas devemos evitar os perigos da tentação tecnocrática, para não falar da corporativa.
A 52ª Conferência Nacional forneceu a plataforma para uma significativa renovação de avanço de nosso movimento de progresso. O PCSA assume o compromisso de trabalhar como uma força de unidade e dinamismo no contexto destas novas possibilidades.''
Fonte: site do PCSA (http://www.sacp.org.za), em inglês