Para líder das Farc, governo Uribe não quer paz na Colômbia
“Os pontos irremovíveis do presidente Álvaro Uribe são alguns entre tantos pretextos na cabeça de certos generais, para impedir o intercâmbio humanitário”, afirmou o comandante das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), Manuel Marulanda. A car
Publicado 03/01/2008 17:50
Marulanda afirma que “foi impossível para Uribe impedir o protagonismo das Farc; e em breve será difícil ele impedir o reconhecimento por certos governos, enquanto movimento revolucionário erguido em armas contra o regime uribista que não quer a paz na Colômbia”.
O comandante do grupo armado destacou que “há manifestações em quase todo o país para que os governantes busquem uma saída política para o conflito social e armado com a insurgência das Farc”. Também acusou o governo Uribe de mentir através dos meios de comunicação, ao apresentar balanços do conflito com o grupo armado.
“Julgo indispensável desmascarar a patranha uribista, dando conta aos meios de comunicação falados e escritos de êxitos que seu governo teria tido sobre as Farc, onde assegura que os guerrilheiros tiveram 8 mil baixas e foram desmanteladas 20 frentes”, afirma a carta.
Para o dirigente guerrilheiro de 77 anos, conhecido pelo apelido de comandante Tirofijo (“Tiro Certeiro”), “essas informações têm a finalidade de distrair a opinião pública com dados adulterados em favor da 'segurança democrática', para continuar a pedir apoio econômico e militar dos Estados Unidos a pretexto de combater o terrorismo e o narcotráfico”.
Marulanda afirma que a publicação dos supostos triunfos militares do governo contra as Farc visa “ocultar o verdadeiro fracasso do Plano Patriota e de passagem enganar a opinião pública”. No entanto, ressalta que o confronto tem tido, sim um “alto custo em feridos e mortos”.
O líder das Farc diz que, depois de cinco anos de implementação do Plano Patriota, os guerrilheiros aprenderam muito com as operações, “usando aviões de reconhecimento, bombardeios, helicópteros, globos, satélites, dia e noite, através de agentes de inteligência, infiltrados, cooperacionistas, bloqueios econômicos contra a população civil”.