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Oposição pró-China vence eleições legislativas em Taiwan

O Kuomintang (KMT, oposição), partidário de uma reaproximação com Pequim, conquistou uma vitória arrasadora nas eleições legislativas deste sábado (12) em Taiwan frente ao partido do presidente Chen Shui-bian, abalado por vários escândalos de corrupç

A oposição nacionalista obteve 81 das 113 cadeiras do Parlamento, informou o presidente da Comissão Eleitoral, Chang Chen-hsiung. Além disso, pequenos movimentos aliados ao Kuomintang ganharam cinco cadeiras.


 


''Está claro que as pessoas desejam mudanças, após oito anos de sofrimento'', declarou o candidato do KMT à eleição presidencial do dia 22 de março, Ma Ying-jeou, sob os aplausos de seus seguidores.


 


Centenas de pessoas festejaram neste sábado o triunfo do Kuomintang com champanhe e fogos de artifício.


 


O Partido Democrático Progressista (DDP) no poder sofreu um duro revés, obtendo somente 27 cadeiras no novo Parlamento.


 


Ferrenho defensor da independência em relação à China, o presidente Chen Shui-bian admitiu a derrota, qualificada de ''pior revés'' na história de seu partido. Ele disse assumir ''toda a responsabilidade'' pelo fracasso e anunciou sua demissão ''imediata'' da presidência do DDP. ''Estou realmente envergonhado deste resultado eleitoral'', declarou Chen.


 


Ma Ying-jeou, favorito da presidencial de 22 de março, assumiu o compromisso, em caso de vitória, de melhorar as relações com a China, autorizar as visitas de turistas do continente na ilha de Taiwan e restaurar os serviços dos correios, comerciais e de transporte direto, interrompidos há 60 anos.


 


Ma, ex-prefeito de Taipei que dispõe, segundo as pesquisas, de uma ampla vantagem sobre seu adversário do DDP Frank Hsieh, afirmou que ''pressionará para um acordo de paz'' com Pequim. A China considera a ilha rebelde parte integrante de seu território e quer reincorporá-la à ''pátria mãe''.


 


O atual presidente de Taiwan explicou o revés do DDP pelas tensões com a China e a desaceleração econômica da ilha de 23 milhões de habitantes, cuja produção é voltada essencialmente para o setor da alta tecnologia e onde o desemprego aumentou.


 


Eleito pela primeira vez em 2000 e reeleito quatro anos depois, Chen não pode se apresentar para um terceiro mandato.


 


Sem abusos


 


Ao comentar a vitória de seu partido, o presidente do KMT, Wu Poh-hsiung, prometeu que seu movimento ''não abusará do poder concedido pela maioria''. ''Utilizaremos esse poder para estabilizar a sociedade e unir o povo'', afirmou Wu.


 


O Kuomintang se manteve no poder durante 51 anos em Taiwan, até a eleição de Chen, em 2000. O presidente taiwanês foi atingido por escândalos de corrupção envolvendo membros de seu partido e até sua esposa, Wu Shu-chen.


 


Chen defendeu nos últimos meses a idéia de um referendo sobre a volta de Taiwan às Nações Unidas, uma iniciativa que irritou tanto a China quando os Estados Unidos.


 


Fonte: AFP