Unger e comitiva levam à Amazônia projeto de desenvolvimento
No comando de uma comitiva formada por 38 pessoas, o ministro das Ações de Longo Prazo, Roberto Mangabeira Unger, está em viagem de quatro dias pela Amazônia. Ele tem conversado com governadores e representantes do setor produtivo do Pará e do Amazonas
Publicado 16/01/2008 12:42
Na reunião desta terça-feira (15) com a governadora do Pará, Ana Júlia Carepa, apresentou o projeto que tem como eixo principal um modelo econômico com espaço para atividades como a mineração e a produção industrial e, ao mesmo tempo, a preservação da mata nativa. Unger também propôs a construção de aquedutos para levar água da Amazônia para a Região Nordeste.
Ele defende um modelo de desenvolvimento que privilegie os pequenos proprietários, tanto nas cidades quanto no campo. “Esta é a classe média emergente, a vanguarda dos batalhadores que está transformando o país. Uma das grandes tarefas de construção nacional é edificar as instituições e políticas que dariam asas a esta gente”, afirmou.
Seis temas
Ele destacou seis temas que considera importantes para a promoção do desenvolvimento econômico na Amazônia. Em entrevista coletiva, ele explicou que “o projeto tem como eixo um zoneamento econômico e ecológico fundado na solução das questões da posse da terra, permitindo a definição de estratégias econômicas distintas para as diferentes partes da Amazônia”.
O primeiro dos problemas da região apontado pelo ministro e que não é exclusividade do Pará, mas de todo o país, é a pecuária extensiva. “Este talvez seja o maior problema da agricultura brasileira: como podemos começar a substituir a pecuária extensiva por outra intensiva e que esteja integrada a um modelo de lavoura familiar avançado”, disse.
O segundo diz respeito à atividade mineradora no estado do Pará: “Só uma pequena parcela (das jazidas) é objeto de lavra. É preciso definir como aproveitar essa riqueza dormente, usando o poder do Estado para aprofundar o mercado e a concorrência.”
O texto apresentado pelo ministro durante a reunião também cita a necessidade de formação de recursos humanos em todos os níveis, voltada especialmente para a realidade local, sem contudo deixar de ter uma visão ampla das necessidades mundiais.
Serviços ambientais
Mangabeira Unger também pretende estimular a discussão sobre a criação, no Pará, de um centro de prestação de serviços ambientais avançados cujas ações beneficiem toda a região amazônica. Além disso, ele defende que as políticas públicas solucionem os problemas das populações mais vulneráveis, combatendo situações como o tráfico de pessoas.
Sobre a questão indígena, ele defendeu uma reavaliação no papel do Estado: “Ao mesmo tempo que asseguramos generosamente essas terras ao indígenas, nós ainda não construímos os instrumentos e as oportunidades de atividades econômicas para esses povos.”
A questão hídrica e, conseqüentemente, energética, seria o sexto tema de maior importância, segundo o ministro.
Fonte: Agência Brasil