Pesquisa mostra que homens ainda ganham mais que as mulheres
Homens ainda recebem salário maior do que as mulheres. O que já se sabia informalmente se confirma a partir da análise dos dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), do Ministério do Trabalho. Segundo o levantamento feito em 2006, a remunera
Publicado 31/01/2008 12:37
Esse resultado se reflete em quase todos os estados – com exceção do Amapá e do Distrito Federal, onde as mulheres recebem salário médio um pouco maior do que os homens: 2,7% e 1,3% a mais respectivamente. São Paulo foi o estado com maior diferença de salários entre os sexos, com uma média real de R$1.564,50 para homens e de R$1.259, 06 para mulheres.
No levantamento feito em 2000 não havia nenhuma unidade da federação com remuneração feminina superior ou equivalente à masculina.
Em apenas dois setores a remuneração das mulheres supera à recebida pelos homens. Na extrativa mineral o rendimento médio das mulheres foi de R$3.428,34, equivalente a 6,60% superior ao dos homens, que foi de R$3.215,87. Neste setor, as mulheres têm escolaridade superior a dos homens – 80,33% está acima de nível médio completo, enquanto os homens são apenas 51,43%.
Na construção civil, os salários femininos foram de R$1.020,56 ante R$889,27 recebido pelos homens, com um diferencial de 14,76% a favor das mulheres. As mulheres que têm escolaridade acima de nível médio completo são 63,62% e os homens 22,5%. Neste setor, as mulheres que têm escolaridade até nível médio são 36,38% e os homens 77,50%.
A participação das mulheres nestes setores é pequena, situando-se abaixo dos 10%, isto é, 9,68% na extrativa mineral e 7,11% na construção civil.
Predominância de homens
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2004, há no país 95,2 homens para cada 100 mulheres. Ainda que seja minoria, a RAIS 2006 registrou que há predominância de empregados do sexo masculino nos diversos setores de atividades econômicas.
Dado que se repetiu na análise realizada no fim do século passado (2000), quando também se verificou que a única atividade econômica em que a participação feminina era maior que a masculina foi no serviço público (56,52%). Em 2006, o percentual de mulheres no setor público subiu para 58,2%. No entanto, os salários, em 2006, continuaram 28% menores.
Dentre os setores com maior número de trabalhadores homens, a construção civil permaneceu como o de maior destaque, sendo responsável por 92,89% do total. Número que também cresceu, visto que em 2000 esta participação representava 92,41%.
Projetos de mudança
A pesquisa identifica alto grau de desigualdade de oportunidades de trabalho, emprego e renda, principalmente para os grupos sociais submetidos à discriminação por sexo, cor etc. Para garantir o acesso e a permanência desses grupos no mundo do trabalho formal, o Ministério do Trabalho tem desenvolvido ações de qualificação às populações mais vulneráveis sócio-economicamente.
O Ministério consegui capacitar profissionalmente, desde julho de 2003, 314,8 mil mulheres, do total de 532 mil inscritas nos cursos, ou seja, 59,2%.
Os Projetos Especiais de Qualificação adaptam os cursos às necessidades de cada público. Em 2005, foi celebrado convênio com Rede Feminista Norte e Nordeste de Estudos e Pesquisa sobre a Mulher e Relações de Gênero (REDOR) para a qualificação social e profissional de trabalhadoras de políticas afirmativas de gênero.
Também é realizado o Trabalho Doméstico Cidadão, que atendeu 350 trabalhadoras domésticas. Para o desenvolvimento desse projeto, foram celebrados convênios com a Escola Sindical Nordeste Marise Paiva de Morais e o Instituto Sindical Interamericano pela Igualdade Racial (INSPIR).
O que é a RAIS
Os dados da Relação Anual de Informações Sociais de 2006 são os mais recentes. Desde 16 de janeiro de 2008 o Ministério do Trabalho recebe das empresas os dados da RAIS ano-base 2007. A declaração é obrigatória para todos os estabelecimentos existentes no País. É por meio das informações da RAIS que se identifica o trabalhador que tem direito ao abono salarial.
A RAIS funciona como um censo anual do mercado formal de trabalho, disponibilizando informações sobre tipo de vínculo, remuneração, grau de instrução, ocupação, nacionalidade dos trabalhadores, dentre outros. Em relação aos estabelecimentos, a RAIS possibilita a obtenção de informações sobre o tipo de atividade econômica, a variação nos diferentes setores da economia e o tamanho das empresas.
Fonte: Em Questão