Vinte PMs são indiciados por tortura no RS

A Brigada Militar vai indiciar 20 PM’s no caso de tortura de um jovem de 16 anos em Flores da Cunha. A conclusão do Inquérito Policial Militar foi entregue ao Comando Geral da Brigada e a Secretaria Estadual de Segurança pela Corregedoria Geral do Esta

Os nomes dos indiciados não foram divulgados, entretanto, o Corregedor e responsável pela investigação, Coronel João Batista Gil adianta que os seis PM's presos em 15 de janeiro estão na lista. São eles, o Major Gilberto Güntzel de Oliveira, que na época era sub-comandante do 12º BPM, o Capitão Alexandre Augusto Silva da Silva, o 3º Sargento Luís Carlos de Matos e os soldados Enéias Gonçalves Falcão, Ademir Dornelles Severo e Jéferson dos Santos Silveira. 


 


 


O comandante geral da Brigada, Nilson Nobre Bueno, afirma que os responsáveis pelo crime de empalamento contra um jovem de 16 anos, foram apontados no inquérito, mas como ele está em sigilo, os nomes não foram divulgados. O inquérito já foi entregue à Justiça Militar. Além disso, Bueno afirma que os PM's envolvidos no caso de tortura poderão ser julgados pela Justiça Comum de Flores da Cunha, caso a Justiça Militar entenda dessa forma.


 


“Tem 15 envolvidos no crime de tortura. Esse processo vai transcorrer na Justiça Militar e ela vai tomar a decisão. O crime de tortura é um crime comum, embora militar cometa esse crime. O inquérito policial militar é feito pela polícia e o julgamento é pela polícia comum”, diz.


 


Coronel Bueno afirma que os indiciados estão trabalhando em setores administrativos e foram afastados das atividades operacionais. Os condenados por crime de tortura podem pegar de 2 a 8 anos de prisão. Mas, quando cometida contra menores de idade pode chegar a 16 anos de prisão e na perda da função pública. O Inquérito Policial Militar foi concluído em 30 dias. Já a Polícia Civil também conclui o inquérito. O responsável, delegado Ives Trindade do 3º Distrito Policial de Caxias do Sul, afirma que 17 PM's foram indiciados. Ele afirma que um oficial foi indiciado por tortura, abuso de autoridade e ameaça. Outro oficial pela omissão da tortura e o terceiro oficial por abuso de autoridade. Os demais praças foram indiciados por abuso de autoridade e omissão.


 


O delegado afirma, entretanto, que ainda não há como afirmar, categoricamente, quem teria praticado o crime de empalamento. “As vítimas diretamente afetadas não souberam fornecer subsídios para que conseguíssemos chegar a uma decisão categórica. Mas há indícios de que, pelo menos dois policiais tenham participado do crime de empalamento. Provavelmente um deles tenha participado diretamente outro deve ter assistido”, explica.


 


O Inquérito Civil deve ser entregue nesta quarta-feira ao Fórum de Flores da Cunha. O caso aconteceu no dia 27 de dezembro. Na ocasião, um policial foi morto, após desentendimento com o gesseiro Valdir de Moura que fugiu do local. Depois disso, PM's de Caxias do Sul, Flores da Cunha e Farroupilha cercaram a casa do gesseiro e teriam agredido o jovem de 16 anos introduzindo um cabo de vassoura no ânus do rapaz. Os outros filhos de Valdir também foram agredidos.


 


Chasque